Mau tempo faz inúmeros estragos
Aluimento de terras condiciona Rua da Indústria

Apesar das previsões meteorológicas e dos avisos da Protecção Civil, foram várias as situações de perigo registadas em toda a região. Na Covilhã os estragos são vários. Os Bombeiros não tiveram mãos a medir no socorro aos chamamentos. Entre cortes de estrada, derrubes de árvores, aluimentos de terras, há ainda uma morte a registar em Atalaia do Campo.

 Por Raquel Fragata

Os Bombeiros Voluntários da Covilhã não pararam de receber chamadas de emergência

Na madrugada de quarta, 6, para quinta feira, 7, o mau tempo assolou todo o País e fez estragos na Covilhã. Um dos casos mais complicados ocorreu na Rua da Indústria, onde a chuva forte provocou um aluimento de terras entre esta via e a Estrada da Fábrica Velha, junto ao antigo edifício da Nova Penteação. Um incidente que levou ao encerramento temporário das duas artérias, causado, aparentemente, segundo explicações dadas no local por um engenheiro dos Serviços Municipalizados, pela má drenagem de águas. A acumulação abriu uma racha no passeio pedonal da Rua da Indústria e a infiltração causou a erosão do terreno. A situação forçou a realização de uma reunião de emergência na Câmara Municipal com representantes dos Bombeiros Voluntários da Covilhã, da Guarda Nacional Republicana e da Protecção Civil. Os estragos foram avaliados e estudadas medidas de intervenção e prevenção de novas situações. Os responsáveis decidiram, assim, preparar a drenagem e construção de um muro de suporte. Processo que exige a deslocação ao local de máquinas e técnicos especializados. Até estar garantida a segurança, o trânsito circula apenas numa faixa.
A acompanhar o trabalho das equipas de emergência, Carlos Pinto garantiu que outras medidas serão tomadas na prevenção de situações idênticas. É o caso do espaço imediatamente em frente, onde ainda há poucos anos a cedência de terras destruiu uma oficina, atingida por uma derrocada desde a Avenida Frei Heitor Pinto. Nessa altura foi construída uma grande estrutura de suporte, agora a autarquia quer reforçar o que resta dos antigos muros de pedra.

Corpo do idoso já foi encontrado

Mas os estragos espalharam-se uma pouco por toda a cidade, com várias inundações em residências e o forte vendaval a causar a queda de uma grua na Rua da Saudade. Dias antes havia caído uma casa na Avenida de Santarém.
Também a população escolar foi afectada. Na Escola de S. Domingos, freguesia de Cantargalo, não houve aulas durante toda a tarde, e no Paul, a C+S foi encerrada devido à inundação das instalações.
No resto da região, as complicações no trânsito foram comuns. Os lençóis de água que rapidamente se formaram e o derrube de árvores levaram ao encerramento de algumas vias de circulação, nomedamente na Nacional 18, entre a Covilhã e Belmonte, na zona de Idanha-a-Nova e na Atalaia do Campo. Aqui, Manuel Simões, homem de 86 anos desapareceu na tarde de quarta feira na Ribeira de Alpregada, perto daquela povoação, a 30 km de Castelo Branco. O seu corpo foi encontrado, a 3 quilómetros do local onde foi visto pela última vez, às quatro e meia da tarde de sexta feira pelos Bombeiros da Soalheira, secção do Fundão. Segundo fonte da GNR, citada pela Agência Lusa, o idoso ao tentar atravessar a ribeira com uma carroça e um jumento, na tentativa de salvar o animal, foi arrastado pelas águas.
Finalmente, situação difícil em Ponte Pedrinha, já que os Bombeiros Voluntários da Covilhã foram obrigados a servir-se de um barco para socorrer duas pessoas isoladas pelas chuvas.
O Rio Zêzere e as ribeiras afluentes transbordaram, provocando o alagamento dos terrenos marginais.

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