Carlos Pinto apresenta Proposta de Orçamento para 2001
Quinze milhões para cumprir
as "grandes obras"

O Orçamento da Câmara Municipal da Covilhã para o próximo ano totaliza os 15 milhões de contos. Destes, 8 milhões e meio são para obras. Um projecto ambicioso, também rotulado de "impraticável", que pretende dar continuidade ao desenvolvimento da Covilhã, tentando suprir as suas mais diversas necessidades e dar continuidade a alguns projectos submetidos ao III Quadro Comunitário de Apoio (QCA)

 Por Catarina Moura

O Orçamento para 2001 foi posto à consideração dos diversos membros da autarquia

"O Plano de Orçamento para 2001 multiplica por três os valores do primeiro ano de mandato". A conta é simples e totaliza os quinze milhões de contos orçamentados, que o edil covilhanse Carlos Pinto justifica com o crescimento da cidade e a necessidade de assegurar o cumprimento das grandes obras planeadas no âmbito do III QCA. As opções do Plano e da Proposta do Orçamento da Câmara Municipal da Covilhã para o próximo ano foram apresentadas na tarde da passada sexta-feira, 15 de Dezembro, durante mais uma Sessão Ordinária da Assembleia Municipal, que reuniu os diversos membros ligados à autarquia na sede dos Serviços Municipalizados (SMAS).
A proposta é ambiciosa aos mais diversos níveis. Para a habitação, por exemplo, prevê-se a continuação do que Carlos Pinto descreve como "o maior programa de habitação social de sempre", elogiando o trabalho que o vereador com o pelouro, João Esgalhado, tem vindo a concretizar. Este programa prevê, para o próximo ano, o lançamento de 24 fogos no Tortosendo e na Biquinha, 52 na Alâmpada, 66 no Teixoso e 24 na Vila do Carvalho.

Complexo Desportivo:
"infra-estruturas e pista de Atletismo em 2001"

As "grandes obras" a que se refere Carlos Pinto, muitas delas dependentes dos fundos comunitários, são o Centro de Artes, para o qual o Orçamento 2001 reserva 250 mil contos, o Jardim do Lago, cujos 400 mil contos serão cobertos pelo Programa Pólis, e o Complexo Desportivo, cujos terrenos já são propriedade da Câmara. Carlos Pinto anuncia que as infra-estruturas e a pista de Atletismo de oito corredores incluída no Complexo deverão ficar prontas no decorrer do próximo ano, ficando para um futuro "que se pretende o mais próximo possível" a construção das restantes estruturas planeadas, nomeadamente as piscinas e o estádio.
O orçamento inclui também a recuperação do Jardim Público, a instalação do Arquivo Municipal na ex-sede dos Bombeiros Voluntários, prevista para Março ou Abril, a continuação dos Parques Industriais do Tortosendo e do Canhoso, a criação do Parque Ciência e Tecnologia, cuja sociedade será constituída no decorrer do primeiro trimestre, a construção de um Silo Auto no subsolo da Igreja da Estação, a recuperação do edifício do ex-Banco Nacional Ultramarino (BNU) e a construção de um Canil Municipal.

Guerra declarada aos caminhos de terra batida

Para a educação, além da consolidação da rede escolar, a Câmara quer investir na construção dos Jardins de Infância do Canhoso e do Refúgio e ainda da Escola da Biquinha.
No sector das estradas e acessos, destacam-se os 310 mil contos reservados ao acesso à Covilhã e os 440 mil contos para pavimentações e arruamentos urbanos e em freguesias. Uma guerra declarada aos caminhos de terra batida, de modo a eliminar "as centenas de contos que, Inverno a Inverno, são gastos pela Câmara em arranjos de caminhos, máquinas e material", declara Carlos Pinto, que pretende "tudo asfaltado em dois ou três anos". O orçamento propõe ainda para este sector a concretização da ligação ANIL - rotunda do Hotel Turismo e a funicular entre o Bairro do Rodrigo e a Avenida 25 de Abril.
2001 será ainda o ano "do lançamento definitivo do Plano de Urbanização das Penhas da Saúde", a cargo do engenheiro Caldeira Cabral e que prevê a construção de cerca de 300 fogos devidamente enquadrados na paisagem.

Plano "pouco realista" e "impraticável"

No total, as obras planeadas montam aos 8 milhões e meio de contos. Uma proposta que Luís Garra, representante do Partido Comunista Português (PCP), considera "pouco realista", incompleta e "impraticável". Considerando que o plano engloba mais do que é humanamente possível concretizar num só ano, Luís Garra considera ainda que "há pouco investimento na educação, no ambiente e na requalificação urbana, nomeadamente da cidade velha, que está bastante degradada". Acusando Carlos Pinto de estar a fazer campanha eleitoral, o líder sindical afirma que "nem que houvesse um milagre de multiplicação dos pães, não se podiam ir buscar os 15 milhões de contos que este plano comporta". "O plano é irrealista. O plano não vai ser concretizado. Tiveram três anos para mostrar que faziam planos verdadeiros. Não conseguiram. Por isso vamos votar contra. Porque este plano é inconcretizável", conclui.

  

Projectos comprometidos
III QCA frustra expectativas

As obras submetidas ao III Quadro Comunitário de Apoio (QCA) estão comprometidas. A revelação foi feita pelo edil Carlos Pinto, no decorrer da apresentação da proposta de Orçamento da Câmara Municipal da Covilhã para 2001. "Os milhões prometidos inicialmente pelo III QCA estão bastante reduzidos. As câmaras vão receber mais ou menos o mesmo que no Quadro anterior", afirma Carlos Pinto. "Tem havido um lograr de expectativas a esse nível".
Entre os projectos submetidos ao eixo três do III QCA e por agora "sem definição" estão o Centro de Artes, o Complexo Desportivo e a nova sede da Polícia de Segurança Pública (PSP). A impossibilidade de avançar com esta última exige o investimento de mais 10 mil contos na reparação da antiga, que revela cada vez mais insuficiências.

 

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