Monsanto
Faltam quartos para visitantes

 

 Por Rodolfo P. Silva
NC/Urbi et Orbi

O granito que domina a paisagem chama muitos turistas. Os quartos, no entanto, não chegam para todos

Quem chega a Monsanto, Aldeia Histórica do concelho de Idanha-a-Nova, entra num pequeno mundo onde o tempo parece ter parado. Na encosta da Serra de Penha Garcia, as tradicionais casas e calçadas de granito coroadas pelo castelo que remonta à época da fundação do País, mantém a memória dos séculos passados. Imagem de um Portugal condenado a desaparecer, a integração no Roteiro das Aldeias Históricas colocou Monsanto nos destinos turísticos. O Verão represenat o período de maior afluência de visitantes, mas esta época do ano também atrai aqueles que procuram "ar puro, paisagem magnífica e sossego".
A população celebra o Natal e Ano Novo "como manda a tradição". Para quem vem de fora, o maior problema é a falta de alojamento. Uma realidade que se verifica em muitos destes locais. "Temos poucos restaurantes e não há casas para alugar", confirma António Henriques, presidente da Junta de Freguesia. Este factor condiciona a atitude dos turistas: "Vêm, tirão umas fotografias e vão-se embora", explica. Os dez quartos da Pousada, único local onde se pode pernoitar, são poucos e "para este fim de ano, já estão cheios", revela Manuel Rodrigues, director da Pousada de Monsanto.

Festa tradicional

À margem da flata de infra-estruturas hoteleiras, os habitantes estão a preparar as festividades com os costumes e a gastronomia habituais. Todos os anos é aceso o "Madeiro", vários troncos de sobreiro, na véspera de Natal. Enquanto a fogueira aquece a noite da consoada, a população saboreia os petiscos da época. Augusta Mateus é cozinheira da Adega Típica "O Cruzeiro" e, enquanto prepara a refeição para alguns clientes, elege como doces "imprescindíveis as farófias, os sonhos e as filhózes".
Dezembro é a altura da matança do porco. Esta tradição proporciona a gastronomia da época, "ligada ao enchido, às febras e derivados", explica Paulo Inácio, técnico do Posto de Turismo. "No entanto, na noite de Natal, as couves e o bacalhau não podem faltar", acrescenta. Há dois anos, o "Natal em Monsanto", organização do Posto de Turismo, mostrava as iguarias locais, mas o mau tempo impediu uma participação elevada. Assim, o Posto de Turismo não tem nenhuma actividade programada, alusiva à quadra: "No Inverno o clima não permite muitas visitas guiadas. O que fazemos é projectar filmes ou apresentar exposições alusivas à aldeia, aqui no Posto".
Na Pousada o cenário é um pouco diferente. A direcção oferece aos hóspedes um programa tradicional para quem se instalar de 30 de Dezembro ao dia de Ano Novo. Manuel Rodrigues inúmera algumas vantagens deste pacote especial: "Vamos ter pratos regionais, como o cabrito à Monsanto ou a truta de escabeche. No dia 31 o bar vai estar aberto e a noite será abrilhantada pelas Adufeiras, que vão tocar, cantar e dançar". Tudo pela módica quantia de 88 mil escudos.

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