IV Jornadas
Processo de avaliação em análise

Pelo quarto ano consecutivo, realizaram-se na passada quinta-feira, dia 22, as Jornadas de Avaliação da Universidade da Beira Interior. No anfiteatro 1 do pólo I debateu-se o processo de avaliação em curso nos estabelecimento de ensino superior portugueses, em particular a auto-avaliação dos cursos da UBI e a avaliação prospectiva.

 Por Claúdia Cardoso

O processo de avaliação começou há quatro anos. Santos Silva defende que existe já, na UBI, uma "cultura de avaliação"

O reitor da UBI, Manuel Santos Silva, o vice-reitor Luís Carrilho Gonçalves, o pró-reitor João Queiroz e Simões Lopes, presidente do Conselho de Avaliação das Universidades portuguesas foram os principais intervenientes destas jornadas.
A UBI aderiu desde o início ao processo de avaliação. "Já criámos uma cultura de avaliação", afirma o reitor da UBI, admitindo que o processo conduziu a uma melhoria do ensino na universidade. "Num tempo de mudanças, a UBI tem que se adaptar. Temos sabido fazer essas mudanças", salienta. E admite que é necessário ter a coragem de fechar cursos, ou abrir outros novos, caso resulte em prol do bom rendimento, sucesso escolar ou em função das exigências.
Sem perder a autonomia, as universidades expressaram o desejo de se submeter a uma avaliação.
Constituído inicialmente por uma auto-avaliação, em que cada universidade apresenta o seu relatório dos cursos, e depois por uma avaliação de uma comissão externa, em visita às universidades, o processo visa avaliar os pontos fracos e fortes dos cursos leccionados, tendo em vista uma melhoria do ensino ministrado através da correcção do que está mal mas também do progresso.
"Que a avaliação que fazemos nas universidades não seja confundida com inspecção. O nosso objectivo é melhorar o desempenho", defende Simões Lopes.
Actualmente procede-se ao segundo ciclo de avaliação que pretende ser mais eficaz que o primeiro, decorrido entre 1994 e 1999, e que apesar do balanço positivo, "demorou muito tempo a fazer-se devido ao atraso, em alguns casos, na entrega do relatório de auto-avaliação", salienta Simões Lopes. Para já defende que deve ser aproveitada a "experiência do passado e lançar um novo ciclo em que não sejam repetidos os erros". Na qualidade de presidente da Comissão de Avaliação das universidades portuguesas, Simões Lopes garante que o processo de avaliação decorrerá em seis meses a partir do limite do prazo de entrega dos relatórios de auto-avaliação - 31 de Janeiro de 2001.

Representantes de cursos apresentam relatórios

Matemática Ensino, Engenharia Electromecânica, Engenharia Têxtil e Gestão apresentaram ao público presente no anfiteatro os pontos essenciais dos seus relatórios de auto-avaliação.
Admitiu-se, nestes casos particulares, a melhoria em vários aspectos, nomeadamente ao nível dos espaços, qualidade de infra-estruturas e existência de meios técnicos. Apesar de tudo, foi referido que todos têm consciência de que há ainda muito a ser feito.
Nos departamentos de Gestão e Economia e de Matemática apontaram-se como objectivos a melhoria dos equipamentos e o aumento da bibliografia disponível para dar melhor resposta às necessidades dos alunos.
Mais equipamentos laboratoriais foi o pedido de Engenharia Electromecânica, que pretende assim aumentar a qualidade do ensino.
Uma vez que não é só de pontos fracos que se fazem estes relatórios, fez-se referência à evolução dinâmica das licenciaturas e da formação de corpos docentes.
Destaque para a primeira participação da Medicina nestas acções. Júlio Fermoso, antigo reitor da Universidade de Salamanca e membro da Comissão Externa de Acompanhamento da Faculdade de Medicina, apresentou o método de ensino da Medicina a aplicar na UBI, que se caracteriza por estar centrado no estudante e baseado na prática e na multidisciplinaridade.

Jorge Jacinto em representação dos alunos

Os alunos tiveram uma presença muito discreta nas IV Jornadas de Avaliação, tendo sido poucos os que se deslocaram ao anfiteatro 1.
O presidente da Associação Académica da UBI, Jorge Jacinto, representou os alunos perante o painel. Salientando que a Associação Académica não é uma associação de festas, manifestou o interesse desta na progressão da universidade, apresentando como "grande bandeira da Academia ter alunos bem preparados. Somos uma equipa de futebol onde todos temos de trabalhar para marcar golos, isto é, ocupar lugares de destaque na sociedade".
Admite que a avaliação pode ser o ponto de partida para a resolução de vários problemas, defendendo uma avaliação da educação no seu todo, já que, entende, cada vez mais se chega ao ensino superior com problemas, comprometendo-se assim o sucesso escolar nas universidades.

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