» Pedro Homero   

 

 

 

 


DICAS PARA FUNCIONÁRIOS


Três foi efectivamente a conta que Deus fez (se Ele existe ou não é que ainda carece de confirmação), pelo que aqui encerro o ciclo 'Dicas para...', desta feita com as baterias apontadas à classe onde me insiro, os funcionários da UBI. Para os mais distraídos, o primeiro texto, já com duas semanas de idade, listava um pequeno conjunto de sugestões para Docentes; na semana passada coube aos Estudantes a mesma sorte.
Mais uma vez, recordo que não se pretende fazer doutrina ou jurisprudência, antes uma análise séria, sim, mas leve e descomprometida, de todos nós enquanto ubianos, que eu não percebo nada de psicologia do trabalhador ou de sociologia da empresa.
Assim sendo, poderemos, para sermos melhores funcionários:

* Desligar o assento ejector automático das 17h30. Para quem não sabe, nós, função pública, temos ao nosso dispor uma função de ejecção por propulsão, comandada por um simples interruptor, nas nossas cadeiras. Existe uma em qualquer cadeira onde um funcionário se senta. Resta-nos escolher se queremos usufruir dessa funcionalidade ou se mantemos o botão em 'off' e definimos, com bom senso, a hora da saída. Sair um pouco mais tarde para ajudar alguém à última da hora ou para adiantar um serviço que precisa de ser acabado o quanto antes é, creio, um pequeno preço a pagar na demanda por uma Universidade melhor. Claro que, por outro lado, é conveniente...

* Impedirmos abusos de poder, acima ou abaixo, isto é, não deixar que os superiores hierárquicos abusem da sua posição - e isto vale tanto para os abusem que outros cometem sobre si como os que VOCÊ comete sobre os outros. As situações mais comuns parecem-me ser (parece-me, porque tenho a sorte de ter um óptimo ambiente de trabalho onde a lógica hierárquica não contamina as relações) do género rei-na-barriga: eu posso tu executas e é para ontem. Minha gente, mão na consciência para evitar essas criancices e prevenir ódios ou ressentimentos no local de trabalho, que, espante-se, é um espaço público onde nós, funcionários, trabalhamos para, em última análise, uma geração futura melhor. O que nos leva à próxima dica.

* Termos visão de futuro e cortar (rente) a burocracia e má-vontade. Parece-me que um dos piores males que grassam na função pública (nas instituições e empresas em geral, diga-se) é precisamente o 'cortar de pernas', a constante mutilação, por parte de alguns, da vontade, de outros, de andar para a frente. A UBI é mais do que a entidade que preenche o cheque ao fim do mês: é uma colónia de ideias, projectos e vontades, e precisa de muita coisa - mas não de burocratas, velhos do restelo, ou acomodados que acham que 'assim é que está bom' e 'para quê mudar'. Sim, a instituição deve respeitar os nossos direitos, mas também creio ser nosso dever pugnar para uma UBI cada vez melhor, de modo a vermos aumentar a nossa própria alegria de trabalharmos cá - se não nos virmos apenas como uma peça insignificante da engrenagem, não o seremos! Finalmente, creio que tudo o que já foi referido leva a...

* Ganharmos gosto naquilo que fazemos e apercebermo-nos da sua importância. Da Funcionária de Limpeza ao Chefe de Pessoal, do Carpinteiro ao Reitor, somos todos importantes e essa tomada de consciência é essencial em qualquer local de trabalho. Bem absurda é a ideia de que um ordenado maior indica uma maior capacidade (até porque é muitas vezes o trabalho das obreiras que faz evidenciar a rainha) ou de que um Dr. atrás do nome concede importância. Necessário mesmo é espírito de cooperação, flexibilidade e boa vontade. Se também utilizarmos esta lógica fora do expediente, em casa e na rua, creio que estamos no bom caminho para uma próxima encarnação melhor, ou para uma boa vida além morte... se se confirmar a existência da Entidade Suprema de que falava ao início...

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