Protocolo prevê construção da nova barragem das Penhas
Câmara da Covilhã e Zêzere e Côa chegam a entendimento

Por Rodolfo Pinto Silva
NC/Urbi et Orbi

Autarquia e empresa vão constituir uma empresa para gerir as barragens da serra. Carlos Pinto fala de "um acordo onde não há vencedores nem vencidos".

Chegou ao fim o conflito que opunha a Empresa Águas do Zêzere e Côa (EAZC) e a Câmara de Covilhã. O protocolo vai ser assinado na segunda-feira, 14, e estabelece a entrada da autarquia na EAZC, a construção de uma nova barragem nas Penhas da Saúde e a passagem da Barragem da Cova do Viriato (BV) para uma futura empresa que vai gerir os dois diques da serra.
Desde que a empresa multimunicipal de tratamento e fornecimento de água foi criada, em Setembro de 2000, que era considerado necessário um acordo que não deixasse de fora a edilidade serrana. A ponta do véu foi levantada pelo ministro do Ambiente e Ordenamento do Território, José Sócrates, na recente visita que o governante efectuou à Capinha (ver NC de 6 de Abril), mas o anúncio só foi feito na sexta-feira, 27 de Abril, no decorrer da Assembleia Municipal. Carlos Pinto, líder do executivo covilhanense, informou os deputados municipais que foi "acordada a integração da Câmara na EAZC".
Segundo os dados avançados pelo edil, "vai ser constituída uma nova empresa com 48 por cento de capital do município, mais 48 da Águas do Zêzere e Côa e quatro por cento da Associação de Municípios da Cova da Beira (AMCB), que vai construir e gerir a nova barragem". Ou seja, 48 por cento da construção e exploração hidroeléctrica da infra-escritura fica sob a responsabilidade da edilidade. A situação satisfaz Pinto porque, explica, "uma vez que a infra-estrutura está dentro do concelho da Covilhã, a autarquia tinha que ter uma posição forte".
A Barragem do Viriato vai, também, ser integrada na empresa que as três entidades vão formar. Uma comissão de três membros, constituida por representantes do Ministério do Ambiente, EAZC e autarquia vão fazer a sua avaliação para definir o valor a pagar ao município. Carlos Pinto considera "a solução justa, uma vez que salvaguarda os interesses do concelho e não entrega património sem que seja devidamente reembolsada".
Com este acordo, o município torna-se cliente da Águas do Zêzere e Côa. O que está estabelecido é que a Câmara Municipal entra como sócia e celebra um contrato de recolha e tratamento de afluentes domésticos e industriais para a zona alta. Fica, contudo, com a jurisdição do saneamento e distribuição de água da zona baixa.