PS e CDU votam contra
Maioria aprova Relatório de Contas

  Por Rodolfo Pinto Silva
NC/Urbi et Orbi

Com os votos contra do PS e da CDU, foi aprovado o Relatório e Documentos de Prestação de Contas da Câmara referente ao ano 2000, na Assembleia Municipal de sexta-feira, 27 de Abril. A oposição acusa o executivo de não concretizar o que prometeu. A bancada do PSD é da opinião de que a Câmara está a fazer um bom trabalho.
"Tentativa de iludir as populações com determinados graus de execução que não se revelaram". É desta forma que José Serra dos Reis, líder da bancada socialista, define o relatório de actividades e explica o chumbo do PS. "Daquilo que a equipa camarária tinha inscrito no Plano, só 36 por cento foi executado. Achamos muito pouco, uma vez que várias actividades ficaram aquém do que tinha sido prometido", acrescenta. Um dos exemplos apontados pelo socialista é o ensino pré-escolar, onde, afirma, "o executivo nem sequer investiu o dinheiro que recebeu do Poder Central". "Há uma declaração da Direcção Regional de Educação do Centro (DREC) a dizer que transferiu para a extensão da rede pré-escolar 40 mil contos que não foram utilizados. Prometeram despender valores próximos de 200 mil contos e nem aos 30 mil chegaram", continua.
Isaura Reis, da CDU, também critica a taxa de execução. No seu entender, "o milhão e meio de contos investido pela Câmara é pouco, quando a promessa era gastar oito". Para além do fraco investimento, "o individamento atinge oito milhões de contos, sem que alguns dos problemas do concelho, que exigem respostas eficazes, tenham sido resolvidos". A explicação para o facto é clara: "A autarquia utiliza os instrumentos de planeamento de uma forma grosseira e faz deles instrumentos de propaganda".
Da bancada social democrata, João Pinto foi quem comentou a actividade do executivo. "Da análise atenta que fizemos do documento, verificamos que a leitura da oposição não é correcta e teve como finalidade transmitir inverdades para a opinião pública", salienta. Segundo o elemento do PSD, "quando se refere que em determinadas rubricas a execução é baixa, está-se a esquecer que a concretização de muitos dos valores, obrigatoriamente inscritos no orçamento e que não se realizam, não dependem do executivo". "Esperamos ter explicado convenientemente estas situações, porque, no nosso entender, a Câmara está a fazer um bom trabalho", conclui.