O novo Ecomuseu descreve o percurso do Zêzere, da nascente até à foz
Inauguração do Dia do Concelho de Belmonte
Ecomuseu mostra Zêzere ao País

Para os responsáveis da autarquia, o Ecomuseu pode ser o espaço privilegiado para explicar o Rio e a região.

Por Rodolfo Pinto Silva
  NC/Urbi et Orbi


"Pérola da Beira interior que nós pomos ao serviço do País". A frase de Amândio Melo, presidente da Câmara Municipal de Belmonte, refere-se ao Ecomuseu, estrutura inaugurada na quinta-feira, 26 de Abril, no dia em que Belmonte comemorou a festa do concelho. Para além dos habituais discursos comemorativos, a cultura foi a nota dominante, com a apresentação da exposição de pintura "Um olhar sobre Belmonte", da autoria de António Barreiros, e do lançamento do livro "Belmonte, terras de Cabral", uma obra de Manuel Marques.
Proteger o Rio Zêzere e explicá-lo aos visitantes de todo o País é intenção da autarquia ao criar o Ecomuseu, no edifício centenário que serviu, noutros tempo, para guardar os cereais do Concelho. A concretização do projecto iniciado durante o mandato de Dias Rocha é, para o actual autarca, "uma obra que preenche a alma que envolve o município: o ambiente e a natureza". De facto, os vários painéis que compõem a exposição simulam o percurso do Zêzere desde a nascente até à foz. Renato Neves, projectista da empresa que pôs de pé a estrutura, salienta que "a preocupação foi mostrar os aspectos ecológicos do curso de água que nasce na Estrela". Este aspecto pedagógico é importante para atrair visitantes a Belmonte. O técnico é da opinião que "o primeiro passo está dado, mas é preciso continuar o trabalho". "O museu tem de ter vida e dinamizar actividades, que deve incluir visitas escolares organizadas, não só da região, mas de todo o território nacional", defende.
A cerimónia oficial contou com a presença do secretário de Estado do Ambiente. Rui Nobre Gonçalves, prontificou-se desde logo a divulgar, pelo País, a iniciativa da edilidade. "Este projecto tem a particularidade de unir o passado e o presente de uma forma equilibrada, ou seja, torna-se um marco do que deve ser feito para promover o desenvolvimento do Interior", sublinha. Um aspecto que, para Nobre Gonçalves pode tornar-se fundamental para os habitantes do município: "É preciso que se mantenha vivo e se renove, de molde a tornar-se um centro de convívio para as pessoas de Belmonte".
Outra das convidadas de honra da cerimónia foi Maria Daisy, que representou a embaixada do Brasil. Com a surpresa estampada no rosto, a diplomata brasileira reconheceu o desconhecimento das ligações de Belmonte a Pedro Álvares Cabral. A culpa é do destaque dado a Santarém por altura das comemorações dos 500 anos da descoberta do Brasil: "Na altura, Santarém foi muito divulgada nas televisões", refere. Contudo, depois de visitar alguns dos lugares onde o navegador viveu, Maria Daisy revela que o concelho português pode ter mais destaque no "país irmão". "Para nós Cabral é muito importante: É a primeira coisa que aprendemos na história brasileira. Se houver mais intercâmbio entre o Brasil e Belmonte, todos vão gostar de conhecer o local onde ele nasceu", remata.