Com a passagem do IP5 a Auto-Estrada, a subida da Guarda vai ser reconvertida em trânsito Local

O primeiro ministro António Guterres presidiu, no sábado, 28 de Abril, à assinatura do contrato de concessão da futura Auto-Estrada que ligará Vilar Formoso a Aveiro. Uma obra com 170 quilómetros de extensão, onde vão ser investidos cerca de 199 milhões de contos, até 2006. Para o governante, "este acto é um salto significativo na recuperação do nosso atraso e um elemento de grande importância para o desenvolvimento do Interior, sobretudo numa zona tão difícil e com tantos atrasos como esta".
No decorrer da cerimónia, Guterres classificou o IP5 como "uma via fundamental para a competitividade da economia, devido às ligações com o exterior, e estruturação do território". Para o líder do Governo a conhecida "estrada da morte" "é o símbolo da construção que não atendeu a requisitos mínimos de racionalidade, onde as pessoas morrem por falta de segurança".
Em termos de coesão territorial, na opinião do primeiro ministro, a Auto-Estrada "é a que mais claramente une Litoral e Interior". A afirmação justifica-se pelo facto de "permitir que uma zona particularmente atrasada fique colocada no nó de comunicações que garante uma oportunidade de desenvolvimento única no território nacional". Uma referência para a Guarda, que vai ficar "colocada no cruzamento da Auto-Estrada da Beira Interior (IP2) com a da Beira Litoral e Alta (IP5).
Outro aspecto salientado é a cooperação com Espanha, que vai construir até à fronteira de Fuentes de Oñoro uma via com características idênticas para efectuar a "necessária ligação". O desejo do primeiro ministro português é que as duas estradas "sejam concluídas ao mesmo tempo, de modo a que o sistema viário nacional tenha, em Vilar Formoso, um do mais importantes pontos de integração na rede europeia de Auto-Estradas".

Edil guardense reivindica mais apoios

Maria do Carmo Borges, presidente da Câmara, reconhece o empenho do Governo para solucionar os erros do IP5, "cuja necessidade de limitação de velocidade transformou numa via lenta, com congestionamentos insuportáveis". Embora satisfeita com a obra, a autarca aproveitou a presença do primeiro ministro para solicitar mais apoio na solução de outros problemas que afectam o distrito, nomeadamente a "necessidade urgente" de se avançar com a construção do novo hospital, bem como de novas instalações para a GNR, PSP e Polícia Judiciária".
Com a assinatura do contrato de concessão, foi atribuída à Sociedade Lusoscut - Auto-Estradas das Beiras Litoral e Alta, SA a concepção do projecto, construção, financiamento, exploração e conservação dos troços de Auto-Estrada e conjuntos viários associados. O valor do investimento ronda 140 milhões de contos. A este valor é acrescentado o de exploração, manutenção e conservação periódica, ao longo dos próximos 30 anos, no valor de 60 milhões de contos.
O consórcio que adjudicou o IP5 prevê a duplicação de 53 quilómetros do actual traçado entre Albergaria e Vilar Formoso, construção de uma plataforma integralmente nova para os dois sentidos, com abandono total do actual traçado em 68 quilómetros e o aproveitamento do traçado num sentido de circulação em 40 quilómetros. Tudo isto para além de uma variante de 40 quilómetros em sentido contrário. Nos locais onde o IP5 não apresenta condições para ser transformado em Auto-Estrada vai ser construída uma nova plataforma, com destaque para a subida do Caramulo, próxima de Viseu, e a subida da Guarda, que serão reconvertidos para o tráfego local.
O primeiro troço a concluir é o que se encontra já em construção pelo Estado, através do ICOR. O sublanço Albergaria - IC2 abre no primeiro semestre deste ano a que se segue o troço Guarda - Vilar Formoso, mais avançado em termos de projecto, que se espera entre em serviço no primeiro semestre de 2004. Uma das variantes de direcção única entre o IC2 e Viseu fica concluída em 2004 e o lanço Viseu - Mangualde em 2005. Em 2006, toda a Auto-Estrada estará concluída.