Mil e 500 milhões de contos é o montante previsto para a instalação do TGV em Portugal

O TGV - Comboio de Alta Velocidade vai ligar Portugal e Espanha por quatro percursos. Um deles tem passagem assegurada pela Beira Alta (paralela à linha existente e ao IP5) e vai permitir a viagem Porto-Salamanca-Madrid em três horas. As novas soluções, que colocam de lado as hipóteses defendidas pelos ex-ministros João Cravinho e Jorge Coelho, incluem ainda ligações pelo Minho (até Vigo), pelo Alentejo (Badajoz-Madrid) e pelo Algarve (a Huelva). A apresentação do estudo elaborado pela RAVE - Rede Ferroviária de Alta Velocidade está marcada pelo Governo para hoje, terça-feira, 8, na Assembleia da República.
A construção da rede desenrola-se em duas fases: a primeira dedicada aos eixos Lisboa-Porto-Vigo e Lisboa-Badajoz-Madrid deverá estar concluída em 2008. A segunda abrange Porto-Aveiro-Salamanca-Madrid e Lisboa-Faro-Huelva e tem um horizonte de 14 anos para a sua conclusão. Segundo o documento elaborado pela RAVE há, no entanto, algumas contingências que poderão resultar em alterações ao projecto. Nomeadamente no que diz respeito ao plano espanhol. Ou seja, a infra-estrutura portuguesa está sempre sujeita a adaptações, consoante o desenvolvimento da rede do outro lado da fronteira. Uma forma, dizem os responsáveis, de maximizar os efeitos da integração na rede ibérica e europeia.
Durante as duas fases de construção, Portugal vai construir mil e 200 quilómetros de ferrovia, cerca de 70 quilómetros por ano em média, o que representa um investimento de mais de mil e 500 milhões de contos. 30 por cento recebe financiamento da União Europeia. Para além do transporte de passageiros, a rede de TGV garante, também, a circulação de mercadorias, com ligações directas ao Porto de Sines e, a partir daí, ao Algarve.