Manuela Afonso e Rogério Palmeira, do Gabinete de Estágios da UBI, elucidaram os alunos finalistas sobre os primeiros passos a dar na procura de emprego
"Preparar para o mercado de trabalho"
Conselhos úteis em anfiteatro quase vazio

No anfiteatro da Parada do Pólo I da UBI falou-se de relações públicas, protocolo, elaboração de currículos e preparação da entrevista para emprego. Organizada pelo Núcleo de Estudantes de Ciências da Comunicação (UBIMedia), a conferência registou uma fraca adesão.

Por Claúdia Cardoso

"É pena que as pessoas não saibam aproveitar oportunidades destas", diz Marisa Miranda, presidente do UBIMedia, decepcionada com a pouca adesão dos alunos à conferência subordinada ao tema "Preparar para o mercado de trabalho". Ainda assim a presidente considera que, de uma forma geral, a conferência realizada no dia 23 de Maio cumpriu os objectivos. "Demos aos alunos a possibilidade de acederem a uma informação que considero uma mais valia", salienta.

RP, um trabalho feito na sombra

Durante a manhã, Graça Castelo Branco, coordenadora do Gabinete de Relações Públicas da UBI, abordou os temas relações públicas e protocolo.
Ser relações públicas é uma profissão que exige saber estar, uma grande capacidade de adaptação e uma preparação para lidar com todo o tipo de situações, refere. "O relações públicas deve saber ocupar o seu lugar. A grande maioria das vezes, o trabalho é feito na sombra", diz a coordenadora. "A sua função não é ganhar realce. A palavra chave é ser discreto, até mesmo nas roupas. Devemos preocupar-nos com a qualidade mas sem cair em ostentação", salienta Graça Castelo Branco.
A coordenadora do Gabinete de Relações Públicas fez ainda uma abordagem geral ao protocolo. "Há a ideia de que o protocolo é muito complicado mas tem justamente como objectivo facilitar a vida" na medida em que estabelecem certos princípios de acção, permitindo às pessoas saberem como agir em determinadas situações.
Graça Castelo Branco deu exemplos concretos de aplicação, nomeadamente a forma correcta de escrever ou endereçar cartas a diversas entidades, a posição correcta de hierarquizar as pessoas numa mesa de conferência, a posição das bandeiras nos estandartes ou o tipo de roupa e calçado a usar em determinadas circunstâncias.

Carta de apresentação e currículo

À tarde, Rogério Palmeira e Manuela Afonso, do Gabinete de Estágios e Saídas Profissionais da UBI, mostraram como redigir uma carta de apresentação e um curriculum vitae.
Apresentaram vários modelos, que embora "não sejam a receita ideal, são ideias que podem ajudar a elaborá-los", diz Manuela Afonso.
A carta de apresentação deve ser simples, breve e escrita à mão. Como o nome indica, é uma apresentação do candidato às entidades empregadores. Deve ser verdadeira e original, referindo dados como por exemplo as razões pelas quais o candidato se julga apto para o lugar em questão. Podem ser feitas referências a características pessoais como capacidade de trabalho em grupo, organização, facilidade de adaptação a novas situações e criatividade. Deve fazer-se acompanhar do currículo.
O currículo é o resumo dos dados pessoais, da formação, experiência profissional e actividades não profissionais. Serve para dar a conhecer um pouco do candidato, para despertar a curiosidade do empregador de forma a que queira conhecer a pessoa e lhe proporcione uma entrevista. O currículo deve ser dactilografado e não deve ser muito extenso.

Primeiras impressões são importantes

A entrevista é uma situação em que há oportunidade de troca de informação entre candidato e empregador. É a fase que se segue ao envio da carta de apresentação e do currículo. O objectivo do candidato é "vender os seus serviços, fazer valer as competências e convencer o empregador a admiti-lo". Para o empregador, o objectivo é confirmar ou não a impressão com que ficou depois de ler a carta de apresentação e o currículo.
Segundo Manuela Afonso, o candidato deve preparar-se para dar a melhor impressão de si próprio. "Com uma preparação prévia corre melhor", salienta. Esta preparação passa por aspectos tão diversos como a recolha de informação sobre a empresa e o cargo a que se candidata ou aspectos de ordem pessoal como apresentação física cuidada, simpatia ou pontualidade.
"As primeiras impressões são muito importantes. Não devemos mostrar ser aquilo que não somos", disse Rogério Palmeira.
Num cenário menos favorável, os responsáveis do GESP dão um conselho, "é preciso saber avaliar o que correu bem e mal. Aprender com a experiência e tentar melhorar a prestação anterior".