Por Ana Maria Fonseca


João Duque apresentou investigação sobre o investimento em "warrants" do índice Nasdaq 100

O renascimento do capital de risco em Portugal e "warrants" sobre o índice Nasdaq 100 foram os temas apresentados pelos professores José Paulo Esperança e João Duque durante a tarde da passada sexta feira, 20. O Pólo das Ciências Sociais e Humanas foi o local escolhido para este seminário sobre finanças que contou com uma reduzida participação de alunos, justificada pela época de exames em curso.
Os dois oradores demonstraram perspectivas diferentes sobre a generalidade dos investidores portugueses em relação à capacidade de correr riscos.
José Esperança apresentou um estudo onde combateu vários mitos sobre o capital de risco, demonstrando razões de desinteresse por parte de investidores portugueses e apontou razões para o seu renascimento em Portugal.
O individualismo foi apontado como um dos factores que contribui para o fraco envolvimento dos empresários em negócios que envolvam capitais de risco, bem como o preconceito que se encontra associado a este tipo de investimento e as lacunas existentes no sistema financeiro nacional. A par do capital de risco, José Esperança apresentou as principais características necessárias a um emprendorismo bem sucedido.
João Duque, pelo contrário, defendeu que os portugueses não são avessos ao risco. A prová-lo estão os negócios feitos na Bolsa de Valores de Lisboa, relativos a "warrants" do índice Nasdaq 100, valores que implicam um investimento bastante arriscado. O surpreendente é que, segundo João Duque, este tipo de título foi o mais negociado em bolsa no mês de Dezembro de 2000. Assim, defende o investigador, faz parte da cultura portuguesa apreciar o risco.
Duas visões diferentes sobre a forma como os portugueses lidam com o risco nos seus negócios.