Centro Hospitalar Cova da Beira
Serviço de urgência a abarrotar


O número de utentes varia, mas em Janeiro e Fevereiro, foram mais de 400 os que recorreram às urgências. Miguel Castelo Branco diz que o problema é nacional, mas obriga os profissionais a fazer horas extraordinárias.

Por João Alves
NC/Urbi et Orbi

 

O serviço de Urgências do Centro Hospitalar Cova da Beira "está a rebentar pelas costuras" afirma fonte médica ligada ao hospital.
Esta ideia é confirmada pelo director do Serviço, Miguel Castelo Branco, que salienta que já houve dias em que as urgências atenderam mais de 400 pessoas. "É muito variável. Normalmente atendemos mais de 200 utentes, mas já fizemos um estudo que nos mostra que a taxa é muito variável. Nos meses de Janeiro e Fevereiro, por exemplo, houve dias em que cerca de 400 pessoas recorreram ao serviço. Este é um problema nacional. O sistema português de saúde não consegue responder a isso" explica o director do serviço.
Para Miguel Castelo Branco, as razões para este excesso de utentes é muito simples. O serviço de urgências está aberto 24 horas por dia e as pessoas recorrem a ele quando todos os outros tipos de recursos estão esgotados, dirigindo-se às urgências para qualquer situação. "Deveria haver outro tipo de atendimento para quem se dirige ao hospital por causa, por exemplo, de uma simples constipação. Nós temos estudado, com os centros de saúde, alguns projectos que possam ajudar a responder de uma maneira mais eficiente. Apesar das dificuldades, os hospitais da Covilhã e Fundão têm dado resposta. Porém, é necessário tomar medidas de fundo para pôr cobro a uma situação que não acontece só na Covilhã". O director do serviço salienta que este elevado número de utentes coloca, desde logo, problemas ao Hospital. "São as horas extraordinárias a pagar, é o sacrifício dos profissionais que às vezes nem folgam. O número de pessoas que cá trabalham está no limite e é claro que isto traz algumas despesas". Segundo Miguel Castelo Branco, o quadro do serviço "não está preenchido na totalidade". Para além disso, "também não há possibilidade de ir buscar médicos, em termos locais, para a urgência".
O NC procurou até ao fecho da edição, contactar o Coordenador da Sub-Região de Saúde de Castelo Branco, Sanches Pires, de modo a saber quais as medidas que este organismo poderá implantar para ajudar a resolver este problema. No entanto, tal tentativa revelou-se infrutífera.