Por Alexandre Silva
NC/Urbi et Orbi


Albino Tavares é, aos 29 anos, o novo comandante da GNR na Covilhã

Notícias da Covilhã - O Governo acaba de anunciar cortes orçamentais na GNR a nível nacional. De que modo vão afectar o funcionamento dos postos e destacamento do concelho da Covilhã?
Albino Tavares - De momento temos que ter grande cuidado no que diz respeito a consumo de combustível, papel, electricidade, água, etc. Portanto, há que haver um controlo muito mais efectivo e rigoroso do que o que se fazia até agora.
Até agora era possível ultrapassar as cotações que nos atribuiam anualmente ou mensalmente. A partir deste momento é preciso seguir as instruções à risca.

NC - O que é que isso implica ao nível do trabalho e das rotinas da GNR?
A.T. - Implica, essencialmente, mais patrulhamentos apeados.

NC - Até que ponto isso pode prejudicar o trabalho dos agentes?
A.T. - É muito desvantajoso em termos de área percorrida, pois não podemos cobrir a mesma de um modo tão efectivo como se fazia, principalmente em zonas mais afastadas.
Por outro lado também tem vantagens, pois permite uma maior proximidade, contacto e comunicação entre os guardas e as populações. O que, de alguma forma, compensa a menor frequência das patrulhas. De qualquer modo, o número de patrulhas vai ser exactamente o mesmo.

NC - Esta redução da área de patrulha não pode pôr em causa a segurança dos cidadãos?
A.T. - Não acredito. Em zonas vastas que sejam servidas apenas por um posto, as pessoas poderão ver menos vezes um militar da GNR. Felizmente, no caso concreto da Covilhã, os postos, de uma forma geral, têm áreas pequenas e por isso essa situação não nos afecta muito.


Novo quartel do Tortosendo à espera do Ministério

NC - O Posto de Caria fechou a meio do ano. Até agora têm sido os agentes de Belmonte a fazer a patrulha. Esta situação vai manter-se, ou prevê-se a reabertura?
A.T. - Por enquanto vai manter-se assim, exactamente conforme está. Os postos "tipo B", que é o caso, a partir das 17 horas e 30 fecham a porta, e haverá um agrupamento de postos que permite fazer o patrulhamento a esses locais. Contrariamente ao que se pensa, isto permite fazer patrulhas mais intensivas.

NC - Como assim?
A.T. - Em vez de estarem dois agentes dentro do posto, com a porta aberta, o posto é fechado e os militares são reunidos numa área e vão, efectivamente, para a rua. Com este método é possível haver mais segurança.

NC - Em relação ao posto do Tortosendo, que precisa de obras de remodelação, o que está previsto?
A.T. - Está o projecto feito para um novo quartel. Até lá, vamos tentar melhorar as condições que existem ou, pelo menos, impedir que se degradem mais.
Temos essa obrigação, mas vai ser um pouco difícil devido a estes cortes e ao facto de se aproximar o final do ano, que é uma fase mais complicada em termos de rigor orçamental.

NC - Já podem ser avançadas datas para o início dos trabalhos?
A.T. - No que se refere ao novo quartel, não depende tanto da GNR, mas de uma disponibilização de verbas por parte do Ministério.

NC - E quanto ao Posto Sazonal da Torre, quando entra em funções ?
A.T. - Vai depender das condições climatéricas. Quando o tempo começar a piorar o Posto aberto.

NC - O número de agentes destacados para esse serviço vai ser o mesmo do ano passado?
A.T. - Numa fase inicial será o mesmo do último ano.





Perfil

 
Albino Fernando Quaresma Tavares, 29 anos, natural e residente em Arganil, concluiu a formação na Academia Militar onde ingressou em 1991. Depois de passagens pelo comando do destacamento operacional de Olhão da Guarda Fiscal e por Aveiro, foi colocado na Covilhã quando espera a promoção a capitão.
Por enquanto afastado da família, mulher e um filho, que ainda residem em Arganil, "devido a motivos de saúde de familiares", Albino Tavares espera "conseguir transmitir mais sentimento de segurança às populações". "Não que isso não acontecesse até agora", sublinha. Aliás, em relação ao trabalho de José Gonçalves, seu antecessor, o novo comandante é peremptório: "Não me compete a mim avaliar, mas foi qualquer coisa de extraordinário e nota-se que houve uma dedicação extrema".