Marques Reigado foi homenageado pela organização deste encontro
3º Encontro Franco- Ibérico
Parcerias Franco- Ibéricas em debate na UBI

Colectividades Territoriais, Financiamento e Cooperação Transfronteiriça foram os temas debatidos no 3º encontro Franco- Ibérico, realizado pela primeira vez no nosso País.


Por Catarina Rodrigues


O pólo das Ciências Sociais e Humanas da Universidade da Beira Interior (UBI) recebeu nos passados dias 15, 16 e 17 de Novembro, o 3º Encontro Franco- Ibérico.
Realizado pela primeira vez em França, com a designação de Encontro Franco-Espanhol, teve posteriormente lugar na vizinha Espanha, já como Encontro Franco-Ibérico. Este ano, foi a vez de Portugal ser o anfitrião, na cidade da Covilhã.
O acontecimento centrou-se sobretudo na problemática económica, mais concretamente no financiamento regional. Foi também discutida a questão do Ordenamento do Território, bem como a revitalização de zonas fronteiriças e mais periféricas do país.
A realização destas jornadas contou com a presença de investigadores conceituados de Portugal, Espanha e França.
Estiveram presentes vários investigadores como Henrique Albergaria da Universidade de Coimbra, Cadima Ribeiro da Universidade do Minho, Bernard Laval da Universidade de Montesquieu, Alfredo Iglésias e Maria Mercedes Goméz da Universidade de Castilha-la-Mancha, entre muitos outros. Da UBI marcaram presença Alcino Couto, Fernandes de Matos e Marques Reigado, que foi homenageado pelo trabalho realizado nesta área e pela organização deste encontro.
Portugal, Espanha e França são países vizinhos que têm entre si diferenças físicas mas também, diferenças culturais que é preciso aproximar.
Cadima Ribeiro, da Universidade do Minho, referiu que "as zonas de fronteira, outrora espaços de ruptura foram sendo progressivamente aproximadas pela cooperação Transfronteiriça".

É necessário desenvolver políticas de intervenção activas pois a zona fronteiriça não pode ser considerada como "um deserto ou como a terra de ninguém". Para Cadima Ribeiro, "os territórios devem ser dotados de um mínimo de infra-estruturas básicas para uma maior eficácia na oferta de bens e serviços". As razões de ordem económica são fundamentais para explicar a necessidade de intervenção nestes territórios.


Cadima Ribeiro, Henrique Albergaria e Alfredo Iglésias, três dos oradores presentes

Ordenamento do Território

Para além da problemática económica foi também tratada a questão do Ordenamento do Território. Segundo Fernandes de Matos, da UBI, "o Ordenamento do Território nacional enquanto competência da Administração Central e Local, tem sido esquecido ao longo dos anos".
É evidente no cenário actual do nosso país, um crescimento desregrado e muito pouco planificado das cidades. Este facto torna-se visível quando comparadas as partes velhas ou históricas das cidades e as suas novas áreas de expansão.
Fernandes de Matos acrescenta que "embora ultimamente se tenha feito um esforço notável no sentido de eliminar a deficiente organização do território, ainda há muito para fazer."
Para evitar novos erros é necessário alertar quer os agentes económicos quer a população em geral para os benefícios de um correcto planeamento do território nacional.