Por Ana Filipa Fernandes


A apresentação do projecto para o futuro Aeroporto esteve a cargo de Duarte Castel-Branco, consultor de planeamento e urbanismo

A apresentação do Plano Pormenor do Aeródromo Municipal da Covilhã decorreu no Salão Nobre da Câmara Municipal da Covilhã, no passado dia 20 de Novembro, Terça feira. A empresa responsável pela realização deste plano explicou e especificou quais as áreas envolvidas no projecto para o novo Aeroporto da Covilhã. A apresentação foi conduzida por Duarte Castel-Branco, Consultores de Planeamento e Urbanismo (CPU).
Os principais objectivos de uma obra desta envergadura centram-se no desenvolvimento e valorização do concelho, em estabelecer uma melhoria do sistema de acessibilidades e em desenvolver actividades importantes já implantadas e com potencialidades.
Este projecto partiu da avaliação de exemplos realizados no Norte de Itália, de grandes aeroportos construídos e que se manifestaram como pólos de desenvolvimento das regiões envolventes. Estas construções superaram todas as expectativas pela sua importância no desenvolvimento, daí que se pretenda fazer o mesmo na Covilhã. Desenvolvimento não só de toda a Cova da Beira, como de todo o país, "Dotar o país de um projecto de grande lógica estrutural", afirma Carlos Pinto, Presidente da Câmara Municipal da Covilhã.

1200 metros de pista

Este novo projecto abrangerá uma área de 200 hectares, com uma pista de Categoria 3C (a actual pista é de Categoria 2C), com 1200 mil metros de comprimento (contra os actuais 960 mil metros do aeródromo) e 30 mil metros de largura (contra os actuais 23 mil metros) e um strip de 150 mil metros, aprovada pelo Instituto Nacional de Aviação Civil. Este tipo de pista possibilitará a utilização de aviões como o Fokker 50 ou o BAE RS 70.


Projecto do novo Aeroporto que albergará aviões capazes de transportar entre 60 e 90 pessoas por voo

Estes aviões têm capacidade de transportar de 60 a 90 pessoas por voo.
Serão ainda construídos hangares destinados ao apoio à UBI e ao voo de lazer, um hotel e uma área residencial de forma a apoiar os voos charter e privados, transitários, e grupagem, entre outros. Será ainda apoiado pela ampliação do Aerogare, de voos circulares, edifício de aulas para a Engenharia Aeronáutica, serviços de abastecimento, edifício de controlo da meteorologia, edifício de bombeiros para a implementação de um Centro Operativo de Apoio ao Combate a incêndios e a eventuais acidentes, heliestação/heliporto para transporte de sinistrados para o Hospital e uma torre de controlo.

Pista actual não ficará ao abandono

A possibilidade de se proceder à ampliação da actual pista era remota, na medida em que foram feitos estudos que concluiram que tal tornaria muito mais complicado e dispendioso do que construir uma nova. Daí a opção de uma pista nova.
No entanto, a pista actual ficará destinada a actividades lúdicas, como os ultra-leves, prática de pára-quedismo, voos sem motor, escola de pilotagem e voos de recreio, de forma a incentivar e apoiar o Aero Clube da Covilhã. Esta é uma garantia de que "a velha pista não cairá ao abandono, antes servirá de apoio à nova pista", afirma Matos Gomes, arquitecto.
Toda esta área situar-se-á a norte na Ribeira da Goldra, a poente na actual IP2, a Nascente no Rio Zézere, e a sul na futura nova área, isto é, no espaço que ficará livre neste momento, mas que mais tarde poderá ser utilizado para nova ampliação desta zona.
Carlos Pinto julga esta obra essencial na medida em que se trata de "uma infra-estrutura fulcral para o futuro da Covilhã, quer para as áreas económicas quer sociais. Tudo isto será possível com estas acessibilidades rodoviárias, ferroviárias e aeroportuárias".
Este projecto será entregue "nas mãos" do Governo para que seja avaliado e "faça de sua justiça". Os custos do projecto rondam os seis ou sete milhões de contos.





Uma nova entrada na cidade

 
A cidade da Covilhã para além de ser um pólo de crescente desenvolvimento urbano, fomentar a actividade agrícola, ter sido implementado o Eixo T.C.T, ter a IP2, a UBI para a formação e fixação de jovens no concelho, contará ainda com uma entrada nova. Através da realização da nova IP2 prevista, a entrada da cidade ficará marcada por uma grande rotunda, caso este projecto seja aprovado. Este é um projecto proposto pela CPU.
A rotunda situar-se-á na zona do Hospital, que advirá de um acesso directo daquela que apelidam como a "nova IP2". Toda esta zona será ainda abrangida por usos mistos, como a habitação, o comércio, serviços e áreas verdes. Será então uma espécie de grande avenida da cidade.