Belmontense quer título no próximo ano
Licínio Reis foi segundo no Nacional de Kartcross

Depois de 14 anos dedicados às motos, o piloto consegue um feito assinalável nos carros. Mas, diz que continuam a faltar os apoios financeiros para uma época dispendiosa.


Por João Alves
NC/Urbi et Orbi


O piloto belmontense Licínio Reis obteve na época 2000/2001, o segundo lugar no Campeonato Nacional de kartcross, um feito de tamanha importância tendo em conta o pouco peso que esta modalidade automobilística tem na região.
O nacional de kartcross teve, este ano, 10 provas pontuáveis que se disputaram em Foz Côa, Vila Real, Castelo Branco, Lousada, Murça, Mação e Famalicão. Para além disso, e para manter o treino, o piloto disputou outras provas extra em Caria, Gonçalo, Belmonte e Silvares, por exemplo. Licínio Reis ganhou algumas destas etapas, num conjunto de 30 pilotos que disputam este nacional. "Foi muito bom, pois foi certamente o campeonato mais competitivo dos últimos anos" explica Licínio Reis. Quem venceu foi o piloto nortenho Nélson Rocha, com mais de 20 pontos de avanço. No entanto, o piloto da nossa região desvaloriza a diferença pontual, até porque "este é só o segundo ano em que estou a competir. Sou o piloto mais novo, em termos de anos de competição, em prova. No primeiro ano fiquei em sétimo e este ano melhorei, graças ao esforço da equipa e do mecânico Paulo Martinho".

Época custa dois mil contos

O kartcross é disputado em bólides de chassis tubelar e motores de motos que vão até aos 600 centímetros cúbicos. Os carros atingem velocidades que ascendem aos 170 quilómetros por hora. "O meu era o carro mais pesado do nacional, com 314 quilos. Havia muitos que eram superiores, já que o meu motor era ainda de 1994. Para a próxima época, já terei um novo" explica Licínio Reis. O curioso é que o piloto belmontense, agora a competir nesta prova, foi sempre um fã das motos. "Andei por lá 14 anos. Competi em motocross, velocidade e perícia. Penso que as motos foram a grande escola para o kartcross" afirma.
A verdade, porém, é que este tipo de desporto não é muito acessível à bolsa de toda a gente. "Esta época custou cerca de dois mil contos. Arranjei patrocinadores, mas a verbas não chegaram a um terço do total. Foi sempre um problema grave. Penso que as pessoas não estão habituadas a esta modalidade. Estou convencido que depois deste feito, irei arranjar mais apoios" salienta Licínio Reis. E para o ano, o objectivo já está definido: "Vamos fazer tudo por tudo para conseguir o título nacional".