João Alves
NC/Urbi et Orbi


Cerca de 40 Mineiros podem ficar sem trabalho, denuncia o sindicato do sector

A situação instável em que alguns trabalhadores das Minas da Panasqueira se encontram levou a que os mesmos, em plenário realizado na sexta-feira, 18, cedessem em algumas reinvindicações anteriormente feitas junto da empresa Beralt-Tin, no que concerne à revisão do contrato colectivo de trabalho. O Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Mineira, após reunião com a empresa e após o plenário, afirma que os trabalhadores "aceitaram os valores adiantados embora, muito aquém dos reinvindicados. Decisão esta que teve por base as condições da empresa e a instabilidade actual do mercado do Volfrâmio, com a perspectiva de que, assim, seja dado o contributo importante para se criarem condições favoráveis em Abril, e seja feito novo acerto nos salários e em outras matérias". É que, com o cenário sombrio da quebra de cotação em 8,5 dólares no mercado do volfrâmio e redução na exportação do minério em cerca de metade, a administração da Beralt-Tin alega não haver condições para a negociação desejável. Por isso, terá aceitado um acerto salarial de três por cento, não podendo qualquer trabalhador receber menos de 15 euros, a actualização das anuidades (passam de 750 escudos para mil ( cinco euros), havendo lugar ao pagamento mensal de cinco euros por cada ano de serviço, até ao máximo de 12 anos de empresa.
Em relação ao subsídio de risco e penosidade, bem como a duração do período de férias (que o Sindicato pretende de 23 dias úteis, acrescido em cada ano em mais dois dias por cada seis meses trabalhados no fundo, no ano respectivo), a administração da Beralt-Tin comprometeu-se a responder no mês de Fevereiro. Em Abril, Sindicato e empresa voltam a reunir.
Os trabalhadores presentes no Plenário, apesar de tudo, criticam a direcção da APIMINERAL de "teimosia" e "falta de consideração pelos trabalhadores mineiros". E prometem continuar a lutar para garantir que a legislação a ser aprovada respeite o conteúdo do acordo de modernização da Protecção Social, exigir medidas de gestão eficazes para acautelar ameaças futuras e exigir que os patrões façam os descontos sobre a totalidade do salário "e os enviem para a Segurança Social".
Todas estas decisões surgem dias depois de o Sindicato ter denunciado a possibilidade de 40 trabalhadores ficarem desempregados nas Minas da Panasqueira, já que a Beralt-Tin não estaria a renovar os respectivos contratos de trabalho. O responsável pela empresa, Ramachondra Nike, justifica o despedimento de apenas "quatro mineiros", porque a instabilidade do mercado a isso obriga, uma vez que as vendas baixaram em 2001. Em Março do ano passado, este responsável diz que o prejuízo da empresa ascendia aos 600 mil contos. Porém, o Sindicato tem uma versão diferente e salienta que cerca de 15 trabalhadores já saíram da empresa, pois os seus contratos não foram renovados, e mais alguns também seguiram "viagem", mas por decisão própria, procurando outras alternativas no mercado de emprego.