Luís Cipriano e alguns elementos do Coro Misto da Covilhã
Para representar Portugal nas olimpíadas corais
Coro Misto da Covilhã pede apoios no estrangeiro




Sérgio Felizardo
NC/Urbi et Orbi


"Até às eleições não queremos assumir compromissos". Esta é a resposta que o presidente da Associação Cultural da Beira Interior (ACBI), Luís Cipriano, garante ter obtido do Ministério da Cultura, em relação ao pedido de apoio à participação do Coro Misto da Covilhã nas Olimpíadas Corais que decorrem na Coreia do Sul de 17 a 29 de Outubro próximo (ver NC de 14 de Outubro de 2001). A deslocação ao Oriente envolve custos na ordem dos 60 mil euros (12 mil contos) e, revela Cipriano, "ainda só conta com financiamentos do Governo Civil do distrito e da delegação do Instituto Português da Juventude". "Para além do Ministério contactámos no inicio de Janeiro, a Câmara Municipal da Covilhã, a Fundação Oriente, o Instituto Camões, o Presidente da República e o primeiro-ministro, mas até agora não há respostas", revela Cipriano em declarações ao NC.
O maestro considera a situação preocupante, pois o Coro Misto vai ser o representante de Portugal nas Olimpíadas, conforme é descrito num documento enviado, recentemente, pela organização do evento (a Fundação Interkultur), à Associação e, neste momento, "não tem sequer os três mil contos necessários dentro de três semanas para assinalar a participação". O maestro considera, assim, a hipótese de recorrer a outros países e chefes de estado, "bem como ao futebolista Luís Figo e a Bill Gates", para angariar apoios: "Vamos encetar contactos com dirigentes estrangeiros, incluindo a realeza dos Emirados Árabes Unidos, no sentido de explicarmos que, em Portugal, não conseguimos apoios e de expressarmos o nosso pesar por vivermos nestas condições. Caso se mantenha este estado de coisas, no desfile de abertura das Olimpíadas desfilamos com uma bandeira branca em sinal de protesto". E remata: "Está tudo dito, aliás, quando nos lembramos que estamos num País onde uma pessoa que acaba com as orquestras do São Carlos e da Emissora Nacional chega a presidente da Câmara da capital".
Cipriano quer pódio na Alemanha
Entretanto, a Associação tem já definido, em linhas gerias, o programa da deslocação do Coro Misto à Alemanha, onde, em Maio próximo, participa no "IV Concurso Robert Schumann", em Zwickau, terra natal do compositor (ver NC de 18 de Janeiro).
A partida está agendada para o dia 10 de Maio, sexta-feira, com direcção à República Checa para duas actuações em Praga, a 13 e 14, segunda e terça-feira. No dia 15, quarta-feira, os covilhanenses chegam à localidade alemã, situada perto da cidade de Dresden, onde ainda antes do Concurso fazem dois concertos no Palácio de Congressos: um nesse mesmo dia, o outro no dia seguinte, 16, quinta-feira. A competição decorre a 17 e 18, sexta-feira e sábado, na Casa de Schumann. Para o presidente da ACBI e maestro do Coro, "uma classificação fora dos três primeiros lugares é negativa", pelo que os objectivos, sublinha Luís Cipriano, são claros: "Independentemente do valor dos outros participantes, que vêm de vários países da Europa, das antigas repúblicas soviéticas e dos Estados Unidos da América, estamos a trabalhar para sermos um dos três primeiros classificados". No Concurso, o Coro Misto da Covilhã submete à avaliação de um júri internacional, a interpretação de música religiosa, popular e contemporânea. A organização do evento realiza, ainda, vários workshops, "que permitem ao grupo covilhanense trabalhar com maestros estrangeiros", o que, realça o maestro, "é uma oportunidade única".