Na Cova da Beira ainda faltam selar cinco lixeiras
Lixeiras serão seladas quando a AMCB receber verbas
Biscaia mais preocupado com Estações de Transferência


O presidente da AMCB garante que as lixeiras serão seladas logo que haja fundos comunitários. E mostra-se preocupado com as obras nas estações de transferência, que estão paradas, correndo o risco que não serem reabilitadas.

João Alves
NC/Urbi et Orbi


"Se ela é uma pessoa responsável sobre a gestão de resíduos, deveria saber de tudo a cada momento. Se não sabe, a culpa não é minha". É assim que o presidente da Associação de Municípios da Cova da Beira reage às declarações da presidente do Instituto de Resíduos, Dulce Pássaro, que na passada semana se mostrou surpreendida pelo facto de cinco lixeiras na zona da Cova da Beira (Souto Alto, Trancoso, Fornos de Algodres, Meda e Pinhel) não estarem ainda seladas por falta de verbas. Dulce Pássaro, em declarações à Agência Lusa, garantia que o recomeço dos trabalhos de selagem iriam recomeçar e que iria ela própria tentar desbloquear a situação junto dos empreiteiros que reclamam atrasos no pagamento dos trabalhos. A presidente do Instituto de Resíduos responsabilizava a AMCB por "não ter sido mais eficiente na instrução da candidatura" da qual fazia parte esta selagem. Uma candidatura no valor de 20 milhões de euros (cerca de quatro milhões de contos), apresentada a Bruxelas há vários meses, mas que só terá recebido luz verde há dez dias
José Manuel Biscaia diz agora que a AMCB "não admite que qualquer funcionária, de qualquer ministério, possa tecer comentários à sua actuação". O presidente da AMCB diz que "Dulce Pássaro não conhece a Cova da Beira o quanto baste, no sentido de poder proferir quaisquer insinuações acerca do seu procedimento" e que "é mentira" que esta responsável não soubesse que os empresários da construção estavam com dificuldades e tinham abandonada a obra. "Informei o Ministério do Ambiente que isso estava a acontecer. Eu é que estou surpreendido. Candidatei com anuência do Ministério, 4 milhões de contos para a última fase dos resíduos da Cova da Beira. É este o custo para acabar com o processo. Não admito que alguém venha dizer que não sabemos o que estamos a fazer ou dizer que vem contratualizar com os meus empreiteiros. Cuidado, pois ainda sou presidente da AMCB, a dona da obra" refere Biscaia.
A dívida é de 350 mil contos, "que tenho que pagar", diz Biscaia, adiantando que não pode obrigar os empreiteiros a trabalhar sem receber pois "não posso deitar abaixo duas ou três empresas. Não há nenhuma de empresa de médio porte que consiga aguentar facturação não recebida de 150 mil contos". O presidente da AMCB diz que as lixeiras serão seladas "logo que eu receba a verba que já tenho facturada" e refere que o assunto mais preocupante, não são as lixeiras, mas sim as estações de transferência. "Já tenho as tenho em construção e qualquer dia não são reabilitadas" salienta Biscaia.