Por Sérgio Felizardo
Herbie
Hancock é um mito vivo da história
do jazz. Dono de um infindável espólio
de lançamentos ao longo das últimas
quatro décadas, o pianista tentou sempre
estar um passo à frente dos demais. Uma
busca pela inovação que o elevou
a referência máxima de uma série
de músicos que, ultimamente, dão
cartas no universo do chamado novo jazz, mas também
nos meandros mais recomendáveis do hip-hop,
ou do arrítmico drum'n'bass.
"Future2Future"
marca o regresso de "sua majestade"
em plena época de glorificação
tecnológica, o que, pelos vistos, não
lhe causa qualquer tipo de problema ou embaraços.
Mais fresco, original e dinâmico que a esmagadora
maioria daqueles que hoje se dedicam às
desconstruções do broken beat, ou
do tal drum'n'bass, Hancock chama a si as colaborações,
entre outros, do prolífico e veterano Bill
Laswell (que produz o disco em parceria com o
autor), do planante Carl Craig, da musa funk dos
anos 70 Chaka Kan, ou do experimentalista (e mais
jovem) A Guy Called Gerald, para nos atirar à
cara um conjunto fabuloso de invenções
jazzísticas em fundo electro, cheias de
energia e novidade. "Be still" é,
talvez, o melhor exemplo da mistura sóbria
e flutuante preconizada pelo músico neste
álbum, e capaz de, ao mesmo tempo, apontar
os trilhos calcados no passado, para os redescobrir
no futuro. Brilhante.
[visitar
o site oficial de Future2Future]
