Por Catarina Rodrigues


Sentimentos fortes marcaram a interpretação das personagens

Kartoteka é uma farsa trágica do autor polaco Tadeusz Rósewicz. Trata-se de uma memória da II Guerra Mundial, de uma recordação do extermínio e do desespero.
Os actores representam personagens que falam das suas memórias.
Uma representação perturbante que relembra o pesadelo das câmaras de gás, o drama de fuzilados e enforcados, o sofrimento de famílias desfeitas e de sobreviventes que tiveram de recomeçar uma nova vida.
Foi uma parte da nossa história que esteve em palco na Sala de Ensaios da AAUBI. Na passada sexta feira. Este espaço académico foi pequeno para acolher todo o público presente.
Kartoteka só será estreada no final do mês em Lisboa, pelo que o publico covilhanense assistiu a um ensaio deste trabalho encenado por Ávila Costa. De início o GTL rejeitou o convite para participar no VI Ciclo de Teatro Universitário da Beira Interior pelo facto da peça ainda não estar terminada, mas acabou por aceitar o desafio.
Para Ávila Costa, "o teatro universitário tem cada vez mais qualidade. Do GTL estão a sair muitos jovens para o Conservatório, procurando uma formação bastante mais intensiva." acrescenta o encenador .
O ensaio de "Kartoteka" deixou antever o resultado final duma peça rica em sentimentos, emoções e lembranças difíceis de apagar.

 



"Nosferatu"
Um clássico com som moderno

Mais uma vez, as novas tendências de som e imagem marcaram presença no projecto Movie Kicks. Uma forma de convidar o público jovem a assistir a obras que marcaram a história do cinema.
"Nosferatu" de Friedrich W. Murnau é um clássico realizado em 1922. Este filme foi a primeira adaptação livre do livro "Drácula" de Bram Stoker, e o último a ser inserido na iniciativa Movie Kicks, organizada pelo Cine Clube da Beira Interior. O Teatro-Cine foi mais uma vez o local escolhido para dar continuidade a esta ideia que ofereceu ao público quatro clássicos da sétima arte com um "toque" especial. "Nosferatu" foi musicado ao vivo por Rodrigo Pinheiro, músico profissional e compositor covilhanense, através do piano acústico e de músicas criadas por computador.
O projecto teve início com o filme "O Homem da Câmara de filmar" de Dziga Vertov musicado pela Orquestra Sinfónica da Escola Profissional de Artes da Beira Interior. Seguiram-se "Tempos Modernos" de Charlie Chaplin musicado por Pedro Ramos e Sérgio Felizardo, num set de DJ e Sound Design ao vivo e "Pamplinas Maquinista" musicado por Greg Moore e os Macacos de Ruas, de Évora.
Com "Nosferatu" chegou ao fim esta série de clássicos realizados nos anos 20 aos quais se adaptou um som moderno e tecnológico.