O vereador socialista, Miguel Nascimento, considera que os números evidenciam a falta de saúde financeira da Câmara
Câmara aprova contas de 2001 com abstenção socialista
Nascimento fala em dívida de quase 70 milhões de euros

Segundo o vereador socialista, Miguel Nascimento, a dívida da autarquia ronda os 70 milhões de euros. A Câmara desmente e diz que não ultrapassa metade desse valor.


Alexandre Silva
NC/Urbi et Orbi


O único vereador da oposição na Câmara da Covilhã, Miguel Nascimento, diz que a dívida da autarquia pode ascender a cerca de 70 milhões de euros (quase 14 milhões de contos). Número que já inclui o empréstimo aprovado na última sessão de Câmara, realizada na quarta-feira, 24, que ascende a quase 10 milhões de euros (dois milhões de contos), e em cuja votação o representante "rosa" se absteve.
Segundo o vereador, nos últimos três mandatos este é já o 19º empréstimo contraído pela edilidade, o que, nos seus cálculos, prefaz cerca de 38 milhões de euros (aproximadamente sete milhões e 600 mil contos). Nascimento adianta ainda que, "entre empréstimos, débitos à EDP e entidades públicas, empreitadas, transportes escolares, projectos e fornecimentos, na conta de gerência da Câmara está perfeitamente identificada uma dívida de 55 milhões de euros (11 milhões de contos)". Quantia que totaliza, em conjunto com o montante de empréstimos ao longo dos três anteriores mandatos "caso sejam todos utilizados", os referidos 70 milhões de euros. Um número que o socialista considera "pesado e que evidencia a falta de saúde financeira da Câmara".
Confrontado com os números de Miguel Nascimento, o social-democrata Luís Barreiros diz "não corresponderem à realidade". O vereador com o pelouro das Finanças e Gestão do Património reconhece que "a dívida existe mas ronda os 35 milhões de euros (sete milhões de contos).
Aprovado na mesma assembleia foi o Relatório de Actividades e Conta de Gerência de 2001. Processo que também contou com a abstenção do vereador socialista uma vez que, justifica, "a Taxa de Execução do último orçamento só chegou aos 41,47 por cento. ou seja, do cerca de 15 milhões 708 mil contos previstos, apenas foram materializados seis milhões e 513 mil". O que significa, em linguagem educativa, conclui, "que a maioria PSD não chegou à positiva e que, por isso, vai chumbar à disciplina de Conta e Gerência".