Por Sandra Invêncio



O Encontro Nacional de Tunas, habitual nas celebrações académicas, animou a primeira noite de concertos

Na noite de 8 de Maio cumpriu-se uma tradição da academia ubiana: o Encontro Nacional de Tunas. A Copituna da Guarda, a Hinoportuna de Viana do Castelo, os Templários de Tomar e a Noctuna de Leiria encheram o palco com a irreverência própria destes grupos estudantis.
Para o final ficou guardado o melhor: as tunas da UBI. "As Moçoilas" enriqueceram a sua actuação com um espectáculo de fogo e tochas. A tuna masculina "Já B'Ubi e TôkusCopus" encheu o palco com a sua habitual boa disposição.
Foi durante estas duas actuações que o público se mostrou mais participativo, cantando algumas das músicas mais conhecidas.
Este ano a selecção de tunas foi condicionada pela muita procura: "Tentámos trazer tunas de Coimbra e Aveiro mas estão a decorrer cinco queimas em simultâneo o que tornou tudo mais complicado", revela José Miguel Oliveira, presidente da AAUBI. "Embora jovem, a nossa academia anseia pelo respeitar de tradições académicas como a Serenata, as Tunas e a Benção das Pastas ", acrescenta.
A aposta da Associação Académica da UBI passa pela cultura, com o Ethnicu, pelas verdadeiras tradições académicas e pela diversidade de concertos na tentativa de agradar a diferentes pessoas e gostos. "Infelizmente, este ano as Noites Marcianas não lançaram nenhum Zé Cabra para o Arraial do Vinho", acrescenta com ironia.
A última actuação iniciou-se às quatro e meia da manhã e ficou a cargo do Quarteto dos Três Irmãos Pedro e Paulo, uma rábula que aliou o género teatral ao género musical. Actividades como escalada, tiro ao alvo e corridas de carros telecomandados estiveram à disposição dos interessados durante toda a noite.
Os mais resistentes puderam ainda continuar a noite na discoteca do Pavilhão da Anil. Quando "abriu a pista" já o sol raiava.

 




A voz de Diana Bastos acompanhada pelos "Ceia dos Monges"



Os diferentes sons da música portuguesa


A primeira noite do Ethnicu deste ano foi abrilhantada pelo grupo tradicional português "Ceia dos Monges". Um concerto que decorreu num ambiente familiar, com pouco público e muitas palmas.


Por Sónia Balasteiro



"Ceia dos Monges", com Diana Bastos na voz, foi o primeiro grupo a subir ao palco do Ethnicu (Festival Internacional de Música Étnica). Uma música diferente com influências celtas e outras tradicionais que se misturam numa sonoridade harmoniosa. O grupo, formado em 1997, pretende dar força à música portuguesa, através do entrosamento de instrumentos como o clarinete, o bandolim e a guitarra portuguesa. A primeira noite do festival, este ano inserido no programa da Semana Académica, foi marcada pela presença de pouco público ainda que bastante participativo. "É preferível tocarmos para pessoas que estão ali de facto a gostar da nossa música", comenta Diana Bastos. E acrescenta, "as pessoas foram vendo e foram ficando, o que é muito bom para nós". No final, o grupo chegou mesmo a ser chamado para um "encore".
Com um alinhamento de originais, "Ceia dos Monges" incluiu no seu repertório para a Covilhã duas versões de reconhecidos artistas portugueses. "A queda de um império" de Vitorino e "Canção de embalar" de Zeca Afonso foram as escolhidas. "Estão perfeitamente integradas no nosso estilo musical", justifica a vocalista.
Quanto ao futuro, este grupo está já a pensar editar um disco. "Somos teimosos e não vamos desistir" Entretanto, é na estrada que dão a conhecer a sua música. Diana Bastos deixa um alerta : "deve haver uma maior aposta na música portuguesa".