Os jogadores do Sp. da Covilhã comemoram com as várias centenas de pessoas que os esperaram no Pelourinho

Ficha do Jogo

Campeonato Nacional da 2ª Divisão B Zona Centro
38ª jornada

(02-06-2002)
Estádio Arlindo Dias
(Odivelas)

Árbitro: Luís Amaral (Porto)

Auxiliares:
Eduardo Dias
Agostinho Gonçalves


Odivelas: 1

Pedro Costa; Tomé (Hélder Sá 69m), Baltasar, Pedro Nunes, Cabral; Vitinha, Paulo Vieira, Semedo( Rafael 47m), Djailson(Ricardo 61m); Ratz e Yoni

Treinador:
Dauto Faquirá

Disciplina:
Cartão amarelo para Tomé (25m)

Marcador:
Semedo (28m)


Sp. Covilhã: 1

Celso; Piguita, Alexandre (Túbia 45m), João Carlos; Rui Morais, Marco Abreu, Trindade(cap.), Chalana, Filipe Avelar, Sousa(Hermes 29m); Riça(Capelas 75m).

Treinador:
João Cavaleiro

Disciplina:
Cartão amarelo para Trindade (24m), Filipe Avelar (54m)

Marcador:
Hermes (49m)


Classificação final:
1º Sp. Covilhã……80p (Campeão)
Sp. Pombal……..77p
Torreense…….....71p
Odivelas……….....69p
(………)
20º Alcains……….25p
Sp. da Covilhã sobe de divisão
Sonho alcançado: "Leões da Serra" de novo na II Liga

O Sp. Covilhã alcançou o objectivo a que se tinha proposto no início da época, conseguindo a subida de divisão. Foram 38 jornadas disputadíssimas onde o Covilhã mostrou ser a equipa mais compacta, batalhadora e experiente.


Por Francisco Carvalho


A Covilhã vive momentos de festa. O seu clube mais representativo, o Sp. Covilhã alcançou o título de campeão da II B Zona Centro, e o acesso à II Liga. È a terceira vez que isso acontece, após um final de época desgastante e muito disputada, onde a emoção esteve presente até ao último segundo. A festa começou em Odivelas onde os serranos conseguiram empatar, resultado suficiente para a conquista do título.
João Cavaleiro fez alinhar uma equipa diferente do habitual, muito defensiva e apenas com quatro homens de características atacantes. Era a tentativa de controlar as operações a meio-campo, deixando pouco espaço para os jogadores do Odivelas pensarem o ataque, devido à pressão constante do Covilhã. O jogo começou sem velocidade, com raros lances de perigo e nenhuma oportunidade clara de golo. O Sp. Covilhã tentava deter a posse de bola, jogando pela certa e pensando sempre que o empate já chegava para o título.
Mas a velha máxima do futebol diz que quem joga para empatar, perde, e o Covilhã vê-se em desvantagem. Foi aos 28', por intermédio de Semedo. Yoni fabrica uma bela jogada, tira dois adversários do caminho e centra para a área, com Semedo a rematar cruzado para a baliza. João Cavaleiro decide mudar o rumo dos acontecimentos e faz entrar o atacante Hermes. Mas quem continua a criar perigo é o Odivelas que quase marca por Djailson. A única jogada de relevo do Covilhã foi protagonizada por Trindade, que passa por três adversários, mas o remate sai por alto.
Era um Covilhã sem profundidade ofensiva e que parecia ter os ouvidos em Torres Novas, para saber como o Pombal se portava.

Empatar para depois controlar

Ao intervalo, João Cavaleiro deve ter gritado muito com os seus jogadores porque a atitude mudou radicalmente. O Covilhã entrou a todo o gás e começou a criar vários lances de perigo. Riça no primeiro minuto falha incrivelmente, após jogada de Filipe Avelar.
O momento do jogo chega logo depois. Aos 4', Hermes faz o empate. O atacante brasileiro tem uma grande jogada individual, entra na área e dispara fortíssimo com Pedro Costa a não ter hipóteses. Era este o resultado que não deixava margem para o Pombal sonhar. Mas Hermes estava endiabrado e teve mais duas jogadas para golo. Aos 7', remata para golo mas Baltasar salva, e aos 11' é a vez do guarda-redes Pedro Costa a tirar o pão da boca ao brasileiro.
A partir deste lance o jogo voltou a ser monótono, com o Covilhã a pensar apenas em defender o resultado, e a deixar as despesas de ataque para o Odivelas. Para reforçar ainda mais o meio-campo, entra Capelas para o lugar de Riça, muito desgastado. Os últimos minutos foram vividos num clima de festa, com os covilhanenses que viajaram com a equipa a preparem-se para invadir o campo. Mas até ao apito do árbitro, foi preciso esperar muito, com João Petrucci a viver como ninguém estes momentos, afastando-se do banco para sofrer sozinho.
Mal o apito soou começou a festa dentro de campo com jogadores, dirigentes e equipa técnica a festejarem a conquista do título e a subida à II Liga.
O Sp. Covilhã acabou por sair de Odivelas em festa, mas poderia ter sofrido menos, se tivesse entrado com um espírito mais ofensivo e de procura da vitória. Só após o intervalo se viu a sua força, mas durante a maior parte do jogo procurou apenas defender o ponto que lhe dava o título.
Foi assim alcançado o objectivo inicial desta época, esperando-se que à terceira seja de vez, e que o Sp. Covilhã se mantenha para o ano na II Liga. Agora é comemorar o feito alcançado num campeonato longo, competitivo e que teve chama até ao fim. Parabéns, Sp. Covilhã.




Pelourinho cheio na festa do Sp. da Covilhã


Por Viviana Vieira




O Sp. da Covilhã regressou à II Liga e a cidade comemorou a
conquista do título com uma festa que certamente irá ficar na memória de todos. As manifestações de grande euforia começaram ainda em Odivelas quando as cerca de duas mil pessoas que ali foram acompanhar a equipa invadiram, no final do jogo, o recinto do jogo. Depois foi o regresso apoteótico à Covilhã e uma recepção monumental na Praça do Município que voltou a encher como há muito não se via. Era cerca da meia noite quando o autocarro transportando todo o plantel, incluindo a direcção, chegou ao Pelourinho, rodeado por uma verdadeira multidão que não se cansou de gritar 'campeões, nós somos campeões'. As portas da Câmara Municipal abriram-se para receber os jogadores, técnicos e dirigentes que depois foram cumprimentados no Salão Nobre onde o presidente da autarquia não poupou palavras de elogio a todo o grupo de trabalho que, uma vez mais, "levou bem longe o nome da Covilhã". Carlos Pinto que também acompanhou a equipa a Odivelas, prometeu apoio incondicional do Município na manutenção do Sp. da Covilhã na II Liga afirmando que a cidade e o clube ascenderam à divisão de Honra para ficar: "Não vamos fazer uma viagem de ida e volta, nós compramos apenas um bilhete para ficarmos lá", sublinhou Carlos Pinto que com estas palavras recebeu a maior ovação da assistência que encheu o salão e todos os corredores da Câmara. Por sua vez o presidente do clube, João Manuel Petrucci, afirmou, emocionado, que "nunca me senti tão feliz por ter nascido nesta terra porque o esforço, o empenho e o profissionalismo de todos, incluindo os jogadores, atletas, a população e o presidente da Câmara, foram decisivos para que fossemos campeões". A festa da subida dos 'leões da serra' durou até às tantas numa noite quente que certamente vai perdurar na história do mais prestigiado clube da Beira Interior. Pela subida de divisão, a Câmara da Covilhã atribuiu um subsídio ao clube de 50 mil euros (dez mil contos).