Vira o disco e "Play" o mesmo



18
| MOBY |

V2 | 2002

 

Por Alexandre Silva


Dúzia e meia de novos temas, mas muito pouco de inédito. Será esta, talvez, a melhor frase para definir o último trabalho de "originais" de Moby, "18". O sucessor de "Play", o aclamado álbum de 1999 que, com justiça, lançou o nova-iorquino para a fama, e para os top's de um sem número de países, e que rendeu milhões na cedência de direitos de autor para utilização das músicas em anúncios e filmes que acabaram por vulgarizar as melodias, é ideal para os mais extremistas adeptos do autor. É uma repetição de uma receita de sucesso. Soa a uma espécie de sequela de um filme de ficção científica com as mesmas naves espaciais, os mesmos efeitos sonoros e o mesmo protagonista. E pior: com o mesmo argumento. Por exemplo, "Sunday (The Day Before My Birthday)", "In This World" e "One of These Mornings" parecem o prolongamento do popular tema "Why Does My Heart Feel So Bad" do predecessor de "18".
Felizmente nem tudo é igual a "Play", muito por culpa da entrada em cena de alguns actores novos. Sinead O'Connor, MC Lyte, Angie Stone e o duo Azure Ray emprestam a voz e dão mais profundidade a temas como "Jam For The Ladies", "The Great Escape" ou "Harbour", uma das melhores faixas do álbum. Ainda assim, o ponto mais positivo de todo o trabalho é a abertura. "We Are All Made of Stars", o single de lançamento de "18", pode incluir-se no grupo das mais bem conseguidas músicas da carreira de Moby e é, na totalidade do trabalho, o mais original capítulo do guião. Para aqueles que desejavam algo mais inovador, resta esperar que a saga fique por aqui.

 


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