| "Nos últimos 
                      10 anos Portugal perdeu competitividade em relação 
                      aos outros países. Há um recurso excessivo 
                      ao crédito interno e externo, provocando, uma situação 
                      insustentável no futuro". As palavras são 
                      de Ferreira do Amaral, ex assessor do Presidente da República 
                      e professor no ISEG, um dos oradores da conferência 
                      que decorreu no pólo da Ernesto Cruz, na passada 
                      quinta feira, 27, organizado pela União dos Sindicatos 
                      de Castelo Branco e que contou com o apoio da UBI. Na opinião de Ferreira do Amaral "nos últimos 
                      10 anos Portugal perdeu competitividade em relação 
                      aos outros países. Há um recurso excessivo 
                      ao crédito interno e externo, provocando uma situação 
                      insustentável no futuro". Na opinião 
                      deste economista "existem grandes atrasos na inovação 
                      tecnológica. Há falta de pontualidade no cumprimento 
                      de prazos, motivada, entre outros factores, pelo mau funcionamento 
                      dos transportes. A formação profissional deficiente 
                      é, na sua opinião, "uma das razões 
                      para a deslocalização de empresas para os 
                      países de leste, candidatos à integração 
                      na U.E. e que possuem uma mão de obra melhor qualificada 
                      e mais barata que a nossa" , constata o ex-assessor 
                      do Presidente da República.
 Vasco Cal, fez um balanço da situação 
                      do nosso País em relação aos demais 
                      países da EU. "Portugal, por pertencer a uma 
                      das zonas mais atrasadas da UE beneficia de fundos estruturais 
                      que, em 2006, com a entrada dos países de leste candidatos 
                      à adesão, lhe serão retirados por esses 
                      países se encontrarem numa situação 
                      mais deprimida economicamente".
 Carvalho da Silva, secretário geral da CGTP, Octávio 
                      Teixeira, economista, ex-. presidente do grupo parlamentar 
                      do PCP, Ferreira do Amaral, professor do ISEG, ex-assessor 
                      do Presidente da República e Vasco Cal, economista, 
                      assessor da Comissão Europeia da União Europeia 
                      (UE) analisaram o estado actual do aparelho produtivo do 
                      nosso país, as estratégias das empresas e 
                      políticas envolventes.
 Modelo esgotado  No desenrolar do debate Octávio Teixeira considerou 
                        que o modelo económico do aumento da produtividade, 
                        assente em baixos salários está esgotado, 
                        e é o responsável pelo atraso da nossa economia. 
                        "Enquanto as empresas têm conseguido sobreviver 
                        com baixos salários não investem em mudanças 
                        de caracter tecnológico. Da parte do governo a 
                        resposta é nula. No seu programa não há 
                        nenhuma medida para o aumento da produtividade. Deviam 
                        ser criadas regras para evitar a deslocalização 
                        de empresas, como o pagamento dos apoios recebidos por 
                        parte do Estado e também à segurança 
                        social". Já na parte final, o secretário geral da 
                        CGTP, Carvalho da Silva salientou que "não 
                        existem países desenvolvidos sem aparelho produtivo 
                        e sem política social. No nosso país a dimensão 
                        do social está entregue ao económico, cuja 
                        lógica é a do lucro a todo o custo. As forças 
                        sociais e políticas de extrema-direita estão 
                        no poder e a agir com determinação, por 
                        isso é preciso e urgente um confronto ideológico".
 Em resposta a alguns questões colocadas pela assistência, 
                        Carvalho da Silva considerou como uma das perspectivas 
                        para a situação de crise, a construção 
                        de dinâmicas regionais e locais contando, entre 
                        outros agentes, com a participação das universidades.
 
 
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