Por Ana Maria Fonseca


João Queirós com o júri da prova

Uma técnica para separar e purificar biomuléculas foi apresentada por João Queirós, presidente do Departamento de Química da UBI, durante as suas provas de agregação que se realizaram na passada terça feira, 9 na UBI.
A lição apresentada tinha como tema a "Cromatografia de Interacção Introfóbica", uma técnica que serve para separar e purificar moléculas dos sistemas biológicos que depois têm potencial aplicação, como fármacos, vacinas, vitaminas, e outras. "É uma técnica para separar esse tipo de biomoléculas", explica.
João Queirós trabalha com esta técnica há cerca de 10 anos e tem sido utilizada para purificar diferentes tipos de proteínas, algumas terapêuticas, e até as vacinas de DNA "que serviram de modelo para uma patente que registámos o ano passado", explica o docente. A lição versou sobre os conceitos fundamentais e os modelos que permitem justificar esse tipo de técnica e no fim foram dados alguns exemplos de aplicação, um dos quais "a vacina da raiva, do DNA purificada pelo nosso método, e que está patenteada neste momento".
Para o futuro, João Queirós garante que há muitos projectos, nomeadamente em termos de investigação. Neste momento há um projecto que foi submetido ao Ministério da Saúde, em parceria com o Centro Hospitalar da Cova da Beira, para a produção e purificação de "uma glicoproteína de um vírus, que está a ser estudado também no Centro Hospitalar que é o vrirocitomegálico humano e estamos a desenvolver técnicas de produção e purificação", explica o docente, acrescentando que "Vamos continuar a trabalhar com os plasmídios, vários tipos de elementos que nos vão servir para diferentes tipos de terapia génica", refere.
A aplicação prática deste projecto já existe no caso das vacinas de DNA, há cerca de quatro anos.
"Separação e purificação de biomoléculas" é a disciplina que lecciona no departamento de Química da UBI, uma disciplina do quarto ano da Licenciatura em Bioquímica, que pretende dar aos alunos "uma noção sobre toda a problemática do quão difícil é obter moléculas dos sistemas biológicos em forma pura, quer para estudos estruturais e funcionais, quer até para potenciais aplicações", conclui.
A prova de agregação foi aprovada por unanimidade.