António Abernu, da ASTA, considera o balanço da iniciativa "extremamente positivo
Jovens actores estiveram quinze dias no Vale do Rossim
Estrela depede-se de "invasores" europeus
com espectáculo performativo


Chegou ao fim o encontro da Serra da Estrela promovido pela ASTA e que trouxe até ao Maciço Central jovens de vários países da Comunidade Europeia. De 1 a 15 de Agosto, a natureza teve arte.

Por Rui Pires
NC/Urbi et Orbi


O retiro levado a cabo pela Associação de Teatro e outras Artes-ASTA, na Serra da Estrela, chegou ontem ao fim. Durante 15 dias a Serra foi invadida por jovens oriundos de vários países europeus (Portugal, Bélgica, Polónia, Grécia, Hungria e França). O objectivo deste encontro foi utilizar o ambiente natural da Estrela e usá-lo como um enorme palco ao serviço das várias artes, com particular incidência para o teatro.
Segundo António Abernú, presidente da ASTA, "o balanço é extremamente positivo. As pessoas quando aqui chegaram não sabiam para o que vinham, mas com uma conjugação de esforços tudo resultou na perfeição e a performance que realizámos acabou por correr da melhor forma". A performance/espectáculo apresentada na noite da passada quarta feira 14, foi o resultado destes 15 dias de actividade em pleno coração da Serra da Estrela, a que se juntaram os quatro elementos (água, fogo, terra e ar), música electrónica, cânticos quase animalescos e filmagens que foram sendo recolhidas ao logo do decorrer normal dos trabalhos.
Apesar de ter corrido pelo melhor, "não foi tarefa fácil coordenar este projecto", refere António Abernú. "Tínhamos a barreira linguística, onde a comunicação por vezes é feita por gestos, ou nas línguas oficiais do retiro, o inglês e o português. Depois, estávamos em plena Serra, onde o tempo foi sempre instável, ora muito calor, ora um vendaval que nos ia levando as tendas onde estávamos alojados. Mas de uma maneira geral e uma vez que estávamos limitados em termos financeiros, correu muito bem".
Ontem foi dia de regresso à Covilhã e aos países de origem dos diversos participantes. Para já a ASTA, sob a orientação de António Abernú, prepara em Castelo Novo a encenação de uma lenda daquela freguesia. A lenda remete à época dos templários e será apresentada no dia 30, pelas 21 horas e 30 minutos, na zona envolvente ao castelo. A história é a de um pastor que encontra uma imagem no tronco de uma árvore e que ainda hoje, essa imagem existe. O espectáculo tem a particularidade de ser apresentado por crianças.