Comunidade Urbana de Pinto irrita Frexes
"Assim, não contem com o Fundão"

O autarca do Fundão diz que Carlos Pinto está "a matar à nascença" uma ideia que não é nova. E acusa o presidente da Câmara da Covilhã de se esquecer de Belmonte e Fundão na sua comunidade urbana. Mas avisa que, sem continuidade geográfica, este projecto não pode avançar.

João Alvess
NC/Urbi et Orbi


"Não acho nada bem como esta questão está ser veículada para a opinião pública. É uma ideia que não é nova, é defendida por muitos há já muito tempo. Assim pode matar-se uma ideia à nascença". É assim que o presidente da Câmara Municipal do Fundão, Manuel Frexes, classifica recentes notícias que davam conta da intenção do autarca covilhanense, Carlos Pinto, de constituir uma comunidade urbana entre as cidades da Covilhã, Castelo Branco e Guarda.
Pinto disse que iria escrever aos dois autarcas das cidades vizinhas de modo a que, em conjunto, pudessem negociar com o Governo, no âmbito da descentralização de poderes, a fim de poderem receber competências que actualmente são da responsabilidade da administração central, como no domínio do planeamento e ordenamento do território ou ambiente. Pinto, no entanto, dizia que outros municípios interessados poderiam participar no processo, caso mostrassem interesse. Esta posição, no entanto, deixa descontente Manuel Frexes que estranha porque é que municípios como o Fundão ou Belmonte foram esquecidos. "Não se pode constituir uma comunidade urbana sem havre continuidade geográfica. Estes dois concelhos são importantes e estão a ser alvo de discriminação. Nem o presidente da Câmara da Covilhã nem ninguém pode decidir pelo Fundão" salienta Frexes.
O autarca fundanense diz querer acreditar que tal posição tenha sido assumida "por lapso", mas também diz que o esquecimento pode ter a ver com "protagonismo excessivo". Por isso, diz que vai enviar uma carta aos autarcas de Guarda, Castelo Branco, Belmonte e Covilhã, para que a ideia seja discutida. "O encontro pode ser aqui, mas também pode ser noutro lado qualquer. Agora, desta maneira, não contem com o Fundão". Frexes salienta mesmo que criar uma comunidade urbana sem o Fundão "é uma ideia ridícula", pois "a Lei exige continuidade geográfica". E defende mesmo um alargamento desta comunidade a outros concelhos vizinhos, pois as vantagens ainda poderiam ser maiores, em termos de descentralização.