|  |  1ª Fase: UBI continua 
                        a crescer!
 
 
 No ano lectivo passado a abertura de 7 novos cursos de 
                        licenciatura na Universidade da Beira Interior colocou, 
                        pela primeira vez, esta instituição à 
                        frente de todas as universidades do interior do país 
                        e da Universidade de Aveiro no rácio número 
                        de colocados/nº de vagas preenchidas. A UBI foi amplamente 
                        divulgada na comunicação social nacional 
                        pela abertura do curso de Medicina, pela classificação 
                        atribuída pelo DN como a melhor instituição 
                        para Estudar e Investigar e pelas declarações 
                        do então presidente do CRUP, Prof. Doutor Júlio 
                        Pedrosa: "Há casos exemplares, não 
                        muito conhecidos, como o da Universidade da Beira Interior 
                        (...)".
 Este ano, num contexto de concorrência 
                        acrescida, não só do lado da procura (diminuição 
                        do número de candidatos), mas também do 
                        lado da oferta (o conjunto das universidades públicas 
                        aumentou o número de vagas em 189 e só as 
                        das grandes cidades aumentaram mais de 200 vagas), a UBI 
                        consolidou a sua posição! Com o veto à abertura da licenciatura 
                        em Cinema, por parte do Ministério da Ciência 
                        e do Ensino Superior e com a redução drástica 
                        da presença da UBI nos meios de comunicação 
                        nacionais, a Universidade conseguiu preencher 70% das 
                        vagas abertas, muito embora tenha sido ultrapassada pela 
                        Universidade de Aveiro que, este ano, conseguiu colocar 
                        muito mais candidatos que no ano anterior. Contudo, o número de matriculados 
                        em toda a Universidade cresceu (+ 50), tendo sido colocados 
                        o mesmo número de candidatos e lançadas 
                        a concurso o mesmo número de vagas. A perda de 
                        alunos colocados na fase das matrículas é 
                        uma constante em todas as universidades e atingiu, numa 
                        instituição como a Universidade Nova de 
                        Lisboa cerca de 40% na licenciatura em Gestão (ano 
                        lectivo 2001/2002). Este fenómeno é determinado 
                        em grande parte pela concorrência das universidades 
                        privadas e, obviamente, tende a agravar-se com a diminuição 
                        do número de candidatos. Uma análise mais pormenorizada 
                        dos números dá peso a este argumento.  Medicina continua a ser um verdadeiro 
                        caso de sucesso. Com uma média superior à 
                        do ano passado, foi uma das duas licenciaturas em Medicina 
                        (a outra foi a da Universidade do Minho), em que a média 
                        aumentou, consolidando, assim, a credibilidade do modelo 
                        inovador que estas novas faculdades seguem. A acrescer 
                        a isto, 40% das vagas foram preenchidas com candidatos 
                        que colocaram a UBI em primeira e segunda opção 
                        e apenas 10% colocaram este par estabelecimento/curso 
                        em 5ª e 6ª opção. No ano passado 
                        estes números foram de 29% e 44%, respectivamente, 
                        o que denota mais uma vez a credibilização 
                        de um curso e de um método completamente inovador 
                        em Portugal, muito mais num curso, com a exigência 
                        de entrada característica de Medicina. A maioria dos cursos da UBI registou 
                        aumentos de médias do último colocado, sendo 
                        Bioquímica, Psicologia, Economia, Gestão, 
                        muitas das Engenharias, Filosofia e Optometria, exemplos 
                        disso. Em toda a Universidade, a percentagem de colocados 
                        em 1ª e 2ª opção subiu de 64% 
                        para 65% do ano passado para este ano e as 5ªs e 
                        6ªs opções desceram de 14% para 10%. Estes números provam que a UBI 
                        se encontra numa posição competitiva excelente 
                        para conseguir ainda melhores resultados, nos próximos 
                        anos, neste segmento de mercado (licenciaturas) devendo, 
                        na minha perspectiva, apostar em duas vertentes.- Abertura de licenciaturas com elevada procura como Cinema 
                        (já previsto), Engenharia Biomédica e Arquitectura, 
                        por exemplo. Com a qualidade e excelência que a 
                        caracteriza, a Universidade conseguirá abrir estes 
                        cursos com ampla fundamentação de procura 
                        e de recursos, bem como com a aplicação 
                        de novas abordagens ao ensino graduado nestas ciências;
 - Fortes campanhas publicitárias dirigidas a públicos-alvo 
                        em que a penetração é menor. Por 
                        exemplo, a UBI domina no distrito de Castelo Branco, mas 
                        a sua posição já não é 
                        tão forte nos distritos da Guarda, Viseu, a norte, 
                        e Santarém e Portalegre, a sul, extensões 
                        naturais do mercado potencial e onde as ofertas de qualidade 
                        e quantidade de cursos colocam a UBI com franca vantagem 
                        competitiva. Por outro lado, parece existir, cada vez 
                        mais, um mercado promissor, nas grandes cidades, para 
                        uma pequena universidade, com elevados padrões 
                        de qualidade, numa cidade média atractiva do interior 
                        de Portugal. Será este um segmento em que uma percentagem 
                        de alunos do ensino secundário gostaria de viver, 
                        uma experiência de vida académica independente, 
                        numa instituição credível e prestigiada. 
                        Estes alunos poderão escolher a UBI como destino! 
                        Poder-se-ia equacionar uma campanha publicitária, 
                        possivelmente entre Junho e Julho/2003, tendo estes segmentos 
                        como alvo (distritos contíguos, Lisboa e Porto), 
                        desviando recursos dos segmentos conquistados, onde a 
                        UBI marca presença (gratuita) através do 
                        domínio da actualidade científica, cultural 
                        e social da comunidade que a rodeia ou através 
                        de publicidade a outros segmentos (mestrados, pós-graduações, 
                        etc.).
 Pode ser a altura ideal para 
                        colocar a UBI no topo das escolhas dos candidatos às 
                        licenciaturas em Portugal (talvez apenas com um esforço 
                        marginal, face àquilo que já foi feito), 
                        tal como Oxford e Cambridge na Inglaterra, ou outras pequenas 
                        universidades, de grande qualidade, dos países 
                        desenvolvidos. Acho que vale a pena tentar!
 
 
 
 *Economista, Docente no DGE-UBI, Doutorando 
                        na FE-UNL |