Por Ana Maria Fonseca


O protocolo celebrado entre Câmara da Covilhã e IEP prevê a construção de uma via de acesso à Auto-estrada com quatro faixas de rodagem

"Uma colaboração entre o poder central e local", nas palavras do autarca covilhanense, Carlos Pinto, o protocolo assinado no passado domingo, entre o Instituto de Estradas de ortugal e a Câmara da Covilhã, resultará numa melhoria das acessibilidades, um dos pontos essenciais do programa da autarquia assente em três pilares: "um forte investimento público e desejo do aumento do investimento privado, a afirmação do papel da Covilhã na região e no País, e uma atenção cuidada aos mais necessitados através de uma política de forte componente social", referiu Carlos Pinto.
A via que liga a Auto-estrada 23 à Covilhã terá quatro faixas de rodagem e será um acesso indispensável que deverá estar pronto dentro de um ano a um ano e meio.
O autarca apontou vários campos de acção programados para os próximos anos e frisou a falta de verbas para alguns projectos, como é o caso da conclusão do Complexo Desportivo ou do Centro de Artes.
Para o edil covilhanense "trata-se hoje de falarmos do bom governo. Nas juntas de freguesia, nas Câmaras Municipais, na sede do Governo Nacional, da Comunidade Europeia. Tudo se trata do bom governo. Governos que possam atender à solução dos problemas que encaramos, dos governos que não se bloqueiem uns aos outros, precisamos de governos que não empatem, que façam andar", sublinhou, concluindo que "nada nos impedirá de levar a Covilhã no caminho de um cada vez maior desenvolvimento".
Carlos Pinto referiu ainda o seu acordo em relação ao que considera um dos pontos por que passa a afirmação da Covilhã. "Precisamos de uma Covilhã forte e expressiva para a construção de um Interior forte e de um reequilibro do nosso País.
O edil covilhanense considera a iniciativa lançada pelo Governo "muito oportuna e pode ser a chave do futuro. Dois distritos, Castelo Branco e Guarda têm aqui uma oportunidade de assumir uma razão colectiva de expressão a vários níveis, de expressão económica e social mas, essencialmente, de expressão política", referiu.
"Acredito muito na Comunidade Urbana e a Covilhã vai trabalhar com humildade neste sentido", concluiu.





Os homenageados. Da esquerda para a direita, Elisa Pinheiro, João Lã, Álvaro Pinto e Ruy de Carvalho



Homenageados por mérito municipal


João Rosa Lã, recebeu medalha de mérito municipal, categoria ouro "como reconhecimento pela sua actividade ao serviço da diplomacia portuguesa, contribuindo também para o prestígio do concelho".
"Interpreto esta distinção essencialmente como o reconhecimento da minha família, que há muitos anos aqui se radicou, aqui fez a sua vida e contribuiu para o seu desenvolvimento económico, participando nas questões da terra", referiu o embaixador português em Espanha.
"Lembro todos os que aqui viveram e para os que aqui continuam, resistindo e lutando para que a Covilhã se torne cada vez mais um pólo de bem estar para as suas gentes e um atractivo para os de fora", disse, acrescentando que "guardei sempre comigo esta condição incontornável de covilhanense, onde aprendi valores e formei o meu carácter. Estou ligado à cidade por vínculos afectivos indestrutíveis que não desaparecem".
Álvaro Pinto não é natural da Covilhã mas estabeleceu-se na cidade há 35 anos, como urulogista do Hospital da Covilhã. Recebeu no passado domingo a medalha de mérito municipal, categoria ouro, "como reconhecimento pela actividade ao serviço da medicina e pela sua participação cívica, contribuindo também para o prestígio do concelho".
Com 32 anos, o jovem médico realizou o seu sonho: criou o serviço de urologia, apesar de algumas dificuldades que acabou por ultrapassar.
"Sinto-me um filho da Covilhã, vivo nesta cidade há 35 anos, mais de metade da minha vida, aqui criei o meus filhos, as minhas raízes, arranjei os meus amigos", disse.
Elisa Pinheiro, docente e investigadora da UBI foi galardoada com a medalha de mérito municipal, categoria prata, "como reconhecimento pela actividade de investigadora e historiadora e pela sua participação cívica, contribuindo também para o prestígio do concelho".
A investigadora encarou o prémio como um reconhecimento pela sua "desinteressada intervenção na Covilhã. O meu trabalho e envolvimento com a história, património e preservação da memória desta cidade, impuseram-se natural, como uma consciente opção de intervenção cívica, voluntariamente assumida por sentir o quanto é gratificante pertencer à comunidade covilhanense. É que uma cidade como a Covilhã, com uma história tão marcante, não só a nível nacional como europeu, impõe-se a quem consiga apreendê-la e vivê-la na sua dimensão temporal de passado, presente e futuro", referiu.
O actor Ruy de Carvalho recebeu a medalha de mérito municipal, categoria prata, "como reconhecimento pela actividade artística ao serviço da cultura, contribuindo também para o prestígio do concelho".
"Vivi no coração da Covilhã, no Pelourinho e daqui ainda não saí. O meu coração mantém-se cá, nunca mais me esqueci da Covilhã e desejo que todos os sonhos e projectos, tudo o que está para ser feito nesta terra seja um exemplo para o nosso País, afirmou, acrescentando que o seu trabalho tem sido feito "para vós e para todos os portugueses. Sentir que as pessoas gostam do que eu faço é para mim motivo de grande regozijo. Que a Covilhã continue a ir em frente e cada vez mais longe", concluiu.