A AAUBI substituiu durante um dia o bar do Pólo I, através da venda de alguns produtos "a preços realmente sociais"
Boicote aos bares e cantinas da UBI
Alunos protestam contra aumento de preços

Manifestação da Associação Académica reduziu o número de frequentadores nos bares e cantinas da Universidade.


Por Sandra Pinho e Sofia Cação


Nos dias 22 e 23 de Outubro, a Associação Académica da UBI organizou um boicote aos bares e cantinas da Universidade, "porque não são os estudantes que devem pagar os cortes orçamentais".
No folheto informativo distribuído pela Associação aos estudantes, é dito que "em diversos estabelecimentos da cidade os preços praticados são mais baixos ou iguais aos dos bares da universidade". Os preços dos Serviços de Acção Social da UBI sofreram um aumento considerável, ao que a AAUBI apela a uma fixação da percentagem de aumento dos preços. Por outro lado, o facto de haver aumento de preços deveria, na opinião dos estudantes, ser sinónimo de aumento de qualidade.
O primeiro dia de protesto ficou marcado por manifestações nos bares dos Pólos IV, VI e IX. A AAUBI montou bares alternativos com preços mais baixos que os praticados pelos bares da UBI, fazendo concorrência aos dos Serviços de Acção Social. Esta iniciativa obteve "uma grande adesão por parte dos estudantes que utilizam os bares regularmente".
Este boicote não se pôde estender a todos os bares devido à falta de apoios. Segundo a presidente da AAUBI, Ana Cruz, "os Núcleos não se organizaram".
No dia 23 a intervenção teve como alvo as cantinas. Foi servida uma mega feijoada a custo zero junto ao bar do Pólo IX. A AAUBI proporcionou pão, prato principal e sumo.
A maioria dos alunos só foi informada à porta das cantinas, como na da Boavista, onde se encontravam membros da AAUBI incluindo Ana Cruz que sublinhava: "Aqui servem salsichas com puré, é horrível!".

Pagar mais por mais qualidade

Como em todas as batalhas há várias versões para a mesma história, uma funcionária da cantina da Boavista, desabafa, "trabalho nesta cantina há seis anos e a qualidade da comida nunca foi tão boa. A higiene é elevada, começando pela desinfecção da louça, dos alimentos, e acabando nos cuidados higiénicos dos funcionários. Quanto ao preço praticado na cantina, acho que 1.75 por refeição é barato. Por exemplo, uma refeição completa feita em casa torna-se muito mais cara, visto que para além do dinheiro gasto em alimentos há também as despesas de água, luz e gás".
Alguns alunos de Engenharia Civil, apesar de não acharem o preço caro afirmam que o nível de qualidade e de nutrição das refeições deixa muito a desejar. Dizem ainda que não se importavam de pagar mais, desde que a qualidade e a quantidade fossem superiores.
Houve ainda alunos que se juntaram ao protesto apenas porque a refeição servida era gratuita.
Segundo a AAUBI, o balanço desta manifestação foi positivo, ao contrário dos funcionários que também participaram na manifestação, mas só em termos de limpeza da propaganda.