Tratamento do lixo gera polémica
Câmara da Covilhã contesta novo tarifário

O preço do lixo depositado na Central de Compostagem aumentou para o dobro. A situação não agrada à autarquia covilhanense que ameaça recorrer aos tribunais caso a situação não se resolva.

Por Catarina Rodrigues


A Câmara Municipal da Covilhã recusa pagar o aumento do preço efectuado pela Associação de Municípios da Cova da Beira (AMCB). A autarquia pagava 30 euros por cada tonelada de lixo depositada na Central de Compostagem, mas no passado mês de Junho viu o preço aumentar para o dobro, ou seja, 60 euros.
Alçada Rosa, vice-presidente da Câmara Municipal da Covilhã, contesta a medida e explica que "a AMCB tomou uma decisão unilateral e não deu qualquer razão justificativa do aumento". A autarquia afirma ter pago mensalmente as despesas com o lixo desde o início de 2001, mas segundo o antigo tarifário em vigor. Alçada Rosa diz estar surpreendido por ser pedido à autarquia covilhanense um pagamento que outros municípios não fazem. "Trata-se de abuso de posição dominante", salienta. O vice-presidente da edilidade acrescenta que "existem leis que devem ser cumpridas". A Câmara da Covilhã aguarda agora alguns pareceres jurídicos e ameaça recorrer aos tribunais se o tarifário actual não for alterado.
Segundo a Associação de Municípios da Cova da Beira, a autarquia covilhanense é cliente da Central de Compostagem, mas não participou no investimento realizado naquela infra-estrutura ao contrário dos outros 13 municípios.
Alçada Rosa frisa que a Câmara da Covilhã é cliente mas não associada da AMCB e ao contrário dos associados não tem direito a receber lucros. "Se não somos sócios não podemos querer lucros", explica. Segundo o edil, "a Câmara só quer ser tratada em igualdade com os outros clientes". Alçada Roda manifestou ainda a preocupação da autarquia com o facto da Central de Compostagem receber mais lixo do que a sua capacidade para o tratar.
O problema que envolve o tarifário do tratamento dos resíduos sólidos foi discutido na reunião do executivo realizada na última sexta-feira, 10. Alçada Rosa admitiu a construção de uma aterro sanitário próprio na Covilhã como uma possível alternativa para resolver a situação. Miguel Nascimento, vereador da oposição considera que "o tratamento dos lixos é uma questão fulcral e a autarquia deve tentar resolver os problemas em diálogo com os outros municípios". O vereador nem quer ouvir falar da construção de um aterro sanitário próprio. Segundo Miguel Nascimento, essa situação levaria à existência de mais um foco de poluição e ao agravamento da saúde financeira da autarquia.