Por Mário Ramos
                                
                              Será 
                                ambivalência o sinónimo essencial para definir EL-P? A união 
                                entre os princípios ortodoxos e a necessidade de reinventar o hip 
                                hop constituem a justificação essencial difundida neste 
                                disco. 
                                Um dos génios manifestados nos Company Flow demonstra que, através 
                                dos instrumentos ao dispor do hip hop é possível respeitar 
                                a vasta tradição e, simultaneamente, viajar para o futuro. 
                                É a mensagem presente em Fantastic Damage. Um álbum projectado 
                                sobre samplers retirados dos mais diversos horizontes, simples diálogos, 
                                beats ambíguos, ou seja, talvez simples de construir mas extremamente 
                                complexos na junção, por exemplo, com os turntables gerados 
                                por DJ Abilities- inebriante a conjunção destes dois elementos 
                                em Delorean. Um processo concluído através de uma produção 
                                intensa, assente em inúmeros registos de computadores.
                                Um álbum que reflecte a percepção do futuro, a visão 
                                negra, densa de EL-P concretizado, simultaneamente, com Aesop Rock ou 
                                Vast Aire. Seguramente um dos discos do ano.