| A Junta de Freguesia do Ferro deve cerca de 10 mil euros. Quem o diz é 
                        a própria presidente da autarqia, Anabela Dias. A autarca promoveu, juntamente 
                        com o tesoureiro da Junta, uma conferência de imprensa na sexta feira, 6, 
                        para dar a conhecer a realidade das finanças da edilidade. "Ao certo 
                        é difícil de contabilizar porque todos os dias nos estão 
                        a aparecer mais contas por pagar", afirma quando questionada sobre o montante 
                        total da dívida, "mas ronda os 10 mil euros".Anabela Dias lança duras críticas à anterior gestão 
                        de Jorge Nunes Madeira, seu antecessor. "Não sei como é possível 
                        entregar uma Junta de Freguesia neste estado", queixa-se Anabela Dias enquanto 
                        enuncia uma série de casos que "não estão bem esclarecidos". 
                        A autarca da vila revela que a Junta anterior não realizou protocolos com 
                        a Câmara em obras no valor de 28 mil 750 euros: 18 mil 750 respeitantes 
                        aos terrenos para o posto da GNR na vila e 10 mil euros referentes a dois caminhos 
                        rurais, "obras que, não tiveram a comparticipação da 
                        Câmara porque a anterior gestão nunca enviou as fotografias pedidas 
                        pela autarquia.
 Para além destes, acresce um protocolo que não chegou a ser assinado 
                        com a RUDE para a construção de um forno comunitário, no 
                        valor de 15 mil euros. No entanto, acredita a presidente, "esta verba, ao 
                        contrário do que acontece com os protocolos não assinados com a 
                        câmara, ainda pode ser recuperada". Mas o pior mesmo, na opinião 
                        da presidente, é a penhora que foi lançada sobre a Junta no valor 
                        de 795 euros, por dívidas a uma seguradora relativas ao ano de 2000.
 "Desde que este executivo tomou posse", revela a dirigente, " já 
                        foram feitas ameaças e surgiram contas para pagar que deviam ter sido liquidadas 
                        no anterior mandato". Um facto que a autarca considera "muito estranho", 
                        até porque coincide com a "pressão do anterior presidente da 
                        Junta e actual líder da Assembleia de Freguesia, Jorge Nunes Madeira, para 
                        que se realizem eleiçoes antecipadas".
 Anabela Dias diz que não vai ceder a pressões e que vai continuar 
                        o trabalho na Junta. A presidente espera contar com o "apoio da Câmara 
                        da Covilhã", apesar da cor partidária ser diferente e lembra 
                        Carlos Pinto que "as mesmas pessoas que elegeram uma Junta socialista para 
                        a freguesia, votaram em massa no PSD para a Câmara". A dirigente ferrense 
                        afirma que já foram pagos mais de 25 mil euros e assegura aos credores 
                        que todas as dívidas vão ser saldadas. No entanto, conclui, "quem 
                        se vai ressentir é a freguesia, porque não há dinheiro para 
                        liquidar contas e fazer obra".
 
 
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