Laura Sequeira
NC/Urbi et Orbi


Todos os anos, a população vem aquecer-se junto ao Castelo da vila

A tradição de reunir alguns troncos e raízes para fazer o madeiro em Belmonte está em perigo. Os mancebos que vão à inspecção militar, este ano, não se terão conseguido juntar para fazer a fogueira e a recolha de troncos ainda não foi feita. Amândio Melo, presidente da Câmara Municipal de Belmonte, garante que a tradição se vai manter e que "se não forem os mancebos a fazer o madeiro, alguém vai continuar com a tradição".
A fogueira é acesa junto ao Castelo na noite da Consoada. A tradição dita que as famílias e os amigos se juntem em volta do madeiro e que o convívio impere. Antigamente, as pessoas roubavam a madeira e a fogueira fazia-se junto à Igreja Matriz. Em 1940, o madeiro passou a arder junto ao Castelo. Cabe aos mais jovens manter a fogueira a arder. Os mais velhos incentivam os mancebos de modo a que o fogo não se apague.
Ao longo da noite surgem os cânticos de Natal e também o hino de Belmonte. Os sinos tocam e adivinha-se a altura de ir para a Missa do Galo. O madeiro continua a ser guardado por alguns jovens, enquanto outros regressam a casa.
Toda esta tradição pode estar comprometida. Mas, a vontade de manter a tradição ainda é muita. O Agrupamento de Escuteiros admite pegar novamente na iniciativa e cumprir, assim, o que todos os anos se faz. A população não quer esquecer a tradição que se cumpre desde sempre.
Amândio Melo garante que a tradição se vai manter até porque "todas as localidades do concelho têm madeiro e vão continuar a tê-lo". O autarca belmontense anuncia ainda que a autarquia está a promover um Concurso de Madeiros do Concelho de Belmonte. A Câmara Municipal pretende, assim, premiar o maior madeiro. Nas escolas do 1º Ciclo e Jardins de Infância está ainda a decorrer um concurso de presépios que tem como objectivo aproximar os mais jovens das tradições da região.