Saúde
Postos de medicamentos em risco
No distrito, há 23 postos de medicamentos
que servem as populações carenciadas. Porém, uma nova legislação
do Governo pode levar ao fecho dessas farmácias. As acções
de luta já estão programadas.
|
Céu Lourenço
NC/Urbi et Orbi
|
 |
"As farmácias, que há dezenas de anos prestam um excelente
serviço às populações, com os "Postos de Medicamentos",
desde há tempos que vêm mostrando grandes preocupações
com a situação criada com a publicação da portaria
936-A/99 de 22-10, pelo anterior governo". A frase é de António
Carvalho Mendes, coordenador do Movimento Caramulo, levado a cabo pelas farmácias
que têm pequenos postos de medicamentos descentralizados em várias
freguesias rurais. Tendo por objectivo debater esta medida, os representantes
de 143 farmácias, reuniram no sábado, 14 de Dezembro, numa unidade
hoteleira de Castelo Branco.
Carvalho Mendes, salienta que "o actual Governo, não só não
aceitou dialogar com as mesmas farmácias no sentido de revogar o que se
encontrava publicado, mas também, legislar de modo a que as populações
saem gravemente lesadas, e com a inacreditável transformação
de "postos de medicamentos" em "postos farmacéuticos móveis".
No distrito, estima-se que 23 postos estejam em risco.
Desta reunião de trabalho foram tomadas algumas decisões, que vão
ser postas em prática logo após a época Natalícia.
"O contacto a nível nacional com todas as juntas de freguesia em locais
onde estão implantados postos de medicamentos" é uma delas
já que "é para nós muito importante esta diligência
junto das populações directamente perante os seus representantes"
afirma Carvalho . Por outro lado foi também tomada a iniciativa de "propormos
uma reunião com a Associação Nacional de Farmácias
no sentido de obter alguns esclarecimentos sobre o conteúdo do despacho
que foi legislado pela secretaria de Estado da Saúde". Também
nesta reunião de respresentantes de farmácias, segundo o líder
do Movimento do Caramulo, foi tomada a decisão de "fazermos abaixo-assinados
junto das populações que são servidas pelos postos de medicamentos
a nível nacional, que correspondem a cerca de 400 freguesias".
Populações rurais afectadas
O Movimento do Caramulo apela ao Governo para que "tenha
o bom senso de analisar este problema com as cerca de 200 farmácias possuidoras
nos seus alvarás e com registo de postos de medicamentos implantados em
todo o País, e em particular a sua esmagadora maioria que existe há
décadas de anos localizadas nas regiões do Interior mais desfavorecidas
do País".
Bastante apreensivo com a situação, já que considera que
os postos médicos "eram um serviço excelente" Carvalho
Mendes diz "não compreender de modo algum a motivação
que levou quer o Governo anterior, quer o actual, a uma situação
em que se prejudica fundamentalmente todas as pessoas que na sua maioria são
carenciadas, idosos e crianças".O líder do Movimento promete
radicalizar esta situação, caso não haja uma solução
por parte do Governo"na reunião que vamos ter com as juntas de freguesia
e os municípios da área geográfica, certamente que vão
ser determinadas as formas de luta que vamos tomar. Talvez assim o Governo entenda
que, afinal de contas, nós temos que ser ouvidos, já que, deveríamos
ser as primeiras pessoas a serem tomadas em consideração".
As farmácias com "postos de medicamentos" servem cerca de um
milhão e quinhentos mil habitantes em todo o País, em que a esmagadora
maioria das populações, caso estes venham a encerrar as portas,
ver-se-ão forçadas, a deslocarem-se a distâncias superiores
a 20 quilómetros na procura dos seus medicamentos, porque ficam abandonadas
à sua sorte.
|