Secretária de Estado da Segurança Social na cidade
Beira Alta quer minorar assimetrias com o Litoral


A Beira Alta tem uma faixa etária de população envelhecida. E por isso, no apoio social, há que minorar as assimetrias entre o Litoral e Interior. Foram estes os apelos que a secretária de Estado da Segurança Social ouviu na sua visita à Guarda.

Hélder Sequeira
NC/Urbi et Orbi


A Secretária de Estado da Segurança Social, Maria Margarida de Aguiar, esteve na Guarda, no sábado, 18, com o objectivo de conhecer as instalações do Centro Distrital de Solidariedade e Segurança Social (CDSSS), o Centro de Dia de Videmonte e a Casa da Sagrada Família. Nesta última instituição, que acolhe crianças e jovens desprovidas de meio familiar, a Secretária de Estado deixou a garantia da instalação de uma ludoteca e de uma mediateca, há muito desejadas.
Margarida Aguiar adianta ainda que vão ser criadas as condições necessárias para que o projecto possa ser rapidamente concretizado. Esta deslocação à Guarda, por parte da Secretária de Estado da Segurança Social, serviu para se inteirar das assimetrias existentes, "com vista a traçar uma fotografia, o mais fidedigna possível do País e das suas especificidades".
Couto Paula, director do Centro Distrital da Segurança Social da Guarda (CDSSG), sublinha que este é um distrito onde coexistem "serra, fronteira e aculturação urbana". A primeira realidade foi responsável, nos anos 60 e 70, pelo fluxo migratório, que deixou em quase todos os concelhos apenas os mais novos e os mais idosos. A segunda, como refere, pelo isolamento das populações e a terceira, mais acentuada nas duas últimas décadas, pelo forte crescimento urbanístico das vilas e cidades do distrito em detrimento do esvaziamento das aldeias. Daí que a Guarda seja um distrito com uma pirâmide etária "extremamente envelhecida, uma região com população cultural e fisicamente isolada, uma Beira Alta com aldeias onde habitam fundamentalmente idosos, contrastando com cidades e vilas com rejuvenescimento da população".
Margarida de Aguiar tranquiliza o director do CDSSG, referindo que Governo estará atento à resolução dos problemas que têm a sua génese nas assimetrias sociais e regionais. Na sua perspectiva, as carências sociais do distrito da Guarda, conjugadas com os fenómenos decorrentes da interioridade, justificam que "se intervenha de forma afirmativa e empenhada, no sentido da resolução dos principais problemas que a afectam".
A implementação da Lei de Bases da Segurança Social vai rever vários regimes de prestações e criará, como disse, outros.No domínio da acção social vai passar a existir uma nova abordagem, mais centrada na qualidade, na diferenciação positiva dos apoios em função dos resultados, que terão por objectivo a qualidade. "Queremos premiar respostas de qualidade e discriminar, no sentido de eliminar ou de aperfeiçoar, as más respostas. Não iremos com certeza, manter uma política de tudo igual para tudo, há necessidade de diferenciar, porque, se não o fizermos, não criamos estímulos, nem incentivos à melhoria" alertou Margarida Aguiar.
Na sua opinião, o sistema de segurança social necessita de uma organização moderna, adaptada às novas realidades sociais, pelo que o Governo irá também dinamizar a política de financiamento e apoio à promoção de respostas sociais.