O IPPAR classifica de "muito grave" a demolição do imóvel
Demolição do imóvel do antigo quartel dos bombeiros
IPPAR envia caso para instâncias superiores

José Afonso, do IPPAR, esteve na cidade para averiguar a situação do antigo quartel. E constata que o embargo da obra não foi feito. Por isso, o caso foi remetido a instâncias superiores.


Carla Loureiro
NC/Urbi et Orbi


O director da delegação regional de Castelo Branco do Instituto Português do Património Arquitectónico (IPPAR) classifica de "muito grave" a demolição do imóvel do antigo quartel dos Bombeiros Voluntários da Covilhã. José Afonso esteve na cidade na sexta feira, 31, a averiguar a situação e mostrou-se surpreendido com o facto de a Câmara covilhanense "não ter feito nada". "A demolição não foi embargada, tal como nós tínhamos pedido. Não foi feito rigorosamente nada", declara José Afonso. De acordo com este responsável, "a justificação que a autarquia nos deu é que o edifício esteva em risco eminente ruína". Perante isto, o director da delegação regional revela que já deu conhecimento da situação às instâncias superiores do IPPAR e aguarda agora uma decisão.
Segundo José Afonso, a edilidade serrana não está a cumprir a legislação. "Há qualquer coisa que não está certa. A Câmara tem a obrigação de nos comunicar situações destas. Estamos a 40 minutos de distância, existem telefones e faxes", sustenta o director regional, que reitera a disponibilidade do Instituto para uma "colaboração intensa" no que respeita às questões do património, o qual tem subjacente legislação que tem que ser cumprida.
Recorde-se que o IPPAR alertava para a ilegalidade da demolição deste edifício que acolheu também as Juntas de Freguesia. O mesmo encontra-se a 23 metros da Casa da Cisterna, classificada como imóvel de interesse público, e encontra-se na zona intra-muralhas. Qualquer intervenção terá que ter o parecer do Instituto Português do Património Arquitectónico e, se assim se justifique, acompanhamento arqueológico.
Na deslocação à Covilhã, José Afonso visitou também a Casa da Cisterna, de onde, desde há cerca de duas semanas, tem sido retirado entulho, bem como a Casa das Morgadas.
O vereador com o pelouro do Urbanismo na Câmara da Covilhã, João Esgalhado, diz não ter declarações a fazer sobre o assunto.