Jorge Serrano*

A maioridade aos três


Nasceu há três anos. Foi por alturas da comemoração do 55º aniversário da libertação do campo de concentração nazi de Auschwitz pelas tropas aliadas. A este propósito, apresentou, no seu número zero, um artigo intitulado "Horror Absoluto", em que o rigor e o detalhe eram associados a imagens a preto-e-branco numa combinação altamente sugestiva. Foi uma nascença inesquecível, em que o recém-nascido, que tinha letras de várias cores, uma tez completamente transparente e era orgulhosamente dedicado pelo seu pai à Cidade, ao Mundo e ao Resto, surgia pré-destinado a ocupar um lugar de destaque no espaço do jornalismo sério, crítico, moderno, interventivo e com preocupações éticas. Aos dois meses teve o seu primeiro "cartoon", que representou, apenas, o início de uma série incomodativa, mas de muito bom gosto, que atingiu rapidamente o seu auge e se tornou uma grande catalizadora de leitores, ao mesmo tempo que proporcionava um ambiente tão agradável entre "ubianos" quanto intrigante para o Resto (do Mundo). Com um ano de idade já tinha uma cara completamente diferente, mas ainda alegre e rejuvenescida pela introdução do rodapé de utilidades. Aos dois anos tinha atingido a maturidade e procurava "novos métodos para informar, formar e distrair, cada vez mais e melhor". No seu terceiro aniversário confirmam-se as expectativas. Apesar de já apresentar alguns tons mais escuros na sua face, desempenha um lugar de destaque na vida dos seus leitores, mesmo daqueles que estando no estrangeiro sentem necessidade de saber, sem demoras e de uma forma clara, o que se passa na Covilhã, em Portugal e no Resto. Para todos os que sentem a satisfação de produzir sem complexos, os mais sinceros parabéns e votos de muitos anos de vida.


*docente na UBI