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A força da palavra
A Covilhã tem uma longa tradição de imprensa. Foram muitas
as publicações que desde há décadas nasceram na Covilhã.
Muitas ficaram pelo caminho. Outras sobreviveram. A palavra em papel de jornal
foi, desde sempre, motivo de culto nesta cidade de fábricas. A tradição
operária, com as suas lutas sociais os seus anseios e expectativas, sempre
encontrou na força da palavra um aliado de peso. Neste sentido, podemos
dizer que a Covilhã e a imprensa têm uma relação umbilical.
Ambas sobreviveram a crises económicas, sociais e políticas. A imprensa
resistiu ao pior dos seus inimigos: a censura! Hoje, todos reconhecem o seu poder.
Têm até medo dele! Mas também todos reconhecem o seu papel
na defesa intransigente dos interesses locais e regionais. Todos reconhecem a
imprensa como espaço de liberdade e como palco do exercício de uma
verdadeira cidadania. Na actualidade a imprensa é também um palco
social. Os profissionais que nela trabalham estão sujeitos a uma pressão
enorme. São procurados para o exercício da notícia
quantas vezes para servirem de ponte ao protagonismo e à vaidade pessoal.
Porém, a pressão aumenta quando a notícia não agrada.
Muitos procuram dissimular os seus efeitos negativos. A notícia e os jornalistas
são então amados e odiados. Por isso esta é uma área
tão interessante, difícil e estimulante. Na ordem do dia está
o eterno debate entre o espaço público e o espaço privado.
A nível regional a imprensa assume, para além dos seus deveres deontológicos,
o papel de "combustível" que alimenta a "máquina
do desenvolvimento regional". Ainda na semana passada assinalámos
os 90 anos do "Notícias da Covilhã". Agora, nesta edição
comemoramos outro aniversário: o vosso! Por isso, os meus sinceros parabéns.
São apenas três anos. Mas são também três anos
de um percurso extraordinário. Há três anos seria talvez impensável
que um jornal "On-line" tivesse a importância que actualmente
tem. E terá cada vez mais! A informação é, mais do
que nunca, poder. O tempo é de globalização, rapidez, eficiência
e eficácia. Neste sentido, o Urbi et Orbi marca uma grande diferença
no panorama informativo. Na aldeia mais isolada da região
ou do
mundo é possível termos acesso à informação
que este jornal produz. São estabelecidas novas pontes. São desenhadas
novas auto-estradas (de preferência sem portagens). A comunicação
assume, neste contexto, uma dimensão fantástica. É aliciante.
Por isso, considero que a edição deste jornal "on-line"
é uma conquista muito importante para a nossa região. Todas estas
edições provaram que é possível, como escreveu o Professor
António Fidalgo na edição número zero " matar
dois coelhos com uma só cajadada". Neste momento, e depois de uma
aventura de três anos, quero apenas reforçar a importância
de um jornal desta natureza para o "desenvolvimento de competências
jornalísticas" dos alunos do Curso de Ciências da Comunicação
ministrado na UBI. Porém, espero que os alunos deste curso possam acrescentar
algo mais a este projecto. Espero que possam, como sempre, desenvolver, em tempo
de grandes tecnologias, uma perspectiva humanista, uma cultura dos afectos. Apesar
do formato "On-line" este é um jornal de grande proximidade.
De proximidade afectiva. Neste quadro, desejo uma longa vida ao Urbi et Orbi
para que possa continuar a converter em "local o que é universal
e de fazer chegar o universal ao local".
*Vereador na Câmara Municipal da Covilhã
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