Departamentos da UBI apresentam projectos
Parkurbis recebe "autênticas inovações"


Mais de uma dúzia de projectos, desenvolvidos na UBI, foram dados a conhecer aos conselhos de Administração e Científico do Parkurbis, na sexta feira, 7. Falta agora cativar empresas e esperar pela aprovação da construção do edifício-sede.


Carla Loureiro
NC/Urbi et Orbi


Tornar as linhas de produção mais competitivas, através de um controle de qualidade e aplicando a óptica é o fim último dos projectos apresentados pelo director do Centro de Óptica da Universidade da Beira Interior (UBI), Paulo Fiadeiro, durante a reunião dos conselhos de Administração e Científico do Parkurbis, na sexta feira, 7. "São um conjunto de projectos com aplicações directas à indústria do têxtil, papel e até a algumas áreas da medicina", explica Paulo Fiadeiro. Concretamente, são técnicas de análise e diagnóstico, não destrutivas, onde a óptica é aplicada na solução de problemas que a indústria tem.
O Centro de Óptica não foi o único a dar a conhecer projectos que poderão vir a ser transformados em iniciativas empresariais no futuro parque de ciência e tecnologia a criar pela Câmara da Covilhã, junto ao nó do Tortosendo. Também os departamentos de Engenharia Civil, Química, Informática, entre outros, apresentaram as suas ideias "inovadoras" e que passam por áreas tão distintas como a saúde, têxtil, alimentar, conteúdos de produção multimédia e, naturalmente, pela tecnologia, num total que ascende a mais de uma dúzia.
Carlos Rebelo, do Conselho Consultivo, no final do encontro, mostrava o seu optimismo, pois, diz, "vi projectos que serão autênticas inovações, simples, concretos e viáveis de se traduzirem em produtos altamente inovadores". Porém, alerta para o facto de alguns desses projectos, desenvolvidos por professores e alunos da UBI, "estarem completamente divorciados do mundo empresarial". Isto porque, sustenta, "não têm tido a capacidade de convencimento ou interesse por parte das empresas locais e nacionais". Daí que, defende, cabe ao Parkurbis levar a cabo uma "boa campanha de marketing", por forma a trazer à luz do dia todos os projectos que são desenvolvidos no seio da instituição de ensino superior.
Uma ideia partilhada pelo vice-reitor da UBI, instituição que preside ao Conselho Científico e Tecnológico do Parkurbis. Para Mário Raposo há que começar a criar redes de relação entre a Universidade da Beira Interior e o órgão de gestão do parque de ciência e tecnologia. "Por detrás da filosofia de funcionamento do Parkurbis está a ligação à UBI. E, aliás, não existem parques deste género que não tenham uma universidade de suporte por detrás", lembra aquele responsável. Todavia, um dos grandes obstáculos que muitas vezes se coloca ao nível da investigação é conseguir tornar uma ideia de projecto em algo rentável, sem nunca esquecer a sua viabilidade económica. "Por isso é que os fundos de capital de risco existem, para apoiarem o desenvolvimento de empresas de suporte tecnológico, os empresários, os investigadores", salienta. Neste aspecto, prossegue Mário Raposo, existem outros programas com vista a ajudar ideias inovadoras. São eles o NEST - Novas Empresas de Suporte Tecnológico e o IDEA - Investigação e Desenvolvimento Empresarial Aplicado.

Edifício-sede à espera de aprovação do POE

Para que o sucesso do Parkurbis seja efectivo é necessário a atracção de uma empresa-âncora. "Não interessa que seja deste sector ou daquele. O importante é que desenvolva tecnologia", refere Mário Raposo. Mas para isso é fundamental que o poder político e a própria Agência Portuguesa de Investimentos "tenha a coragem de canalizar para a Beira Interior um investimento produtivo", salienta o membro do Conselho Científico e Tecnológico do Parkurbis.
Em relação ao edifício sede, Mário Raposo informa que a sua construção depende única e exclusivamente da decisão do Programa Operacional da Economia, ao qual o projecto foi candidatado em Novembro último. Uma situação que tem levado a que o próprio Conselho de Administração ainda não tenha revelado as propostas. Após a aprovação tácita, declara, já será possível quantificar e dar ideais mais concretas sobre as empresas que vêm ou não instalar-se no parque de ciência e tecnologia da Covilhã.
A infra-estrutura deverá compreender, numa primeira fase de construção, a ocupação de 100 hectares para o edifício-sede. Quanto à expansão do parque, já numa segunda fase, estão assegurados 300 hectares para a instalação de empresas. Depois destas fases, a zona deverá possuir um Centro de Inovação Empresarial, espaços para a instalação de empresas tecnológicas, centro de incubação de ideias e negócios, salas de investigação, laboratórios e um auditório para 200 lugares.