Nii Amo controla a bola sem ceder à pressão de um leceiro


Ficha do Jogo

Campo de Jogos Estádio José Santos Pinto (Covilhã)
(15-02-2003)



Árbitro: Paulo Pereira
Auxiliares: Alexandre Freitas e Álvaro Mesquita


Sp. Covilhã- 2
Celso, Piguita, Edgar, João Carlos, Jorge Humberto (29), Pinheiro, Trindade, Mauro, Moisés, Nii Amo, Nini (ao interv.), Hermes, Paquito (63) e André Cunha.
Treinador: João Cavaleiro

Leça- 1
Sérgio Leite, Parreira (cap.), Nuno Diogo, Musa, Álvaro, Carlos Oliveira, Jaime, Wellington, Alex, Josivan (38). Dieb I, José Carlos (72), Dieb II e Kika (38).
Treinador: Joaquim Teixeira

Ao Intervalo: 1-1

Disciplina: cartão amarelo a Moisés (86), Trindade (90), Carlos Oliveira (54), Parreira (68), Musa (75) e Jaime (84).

Figura do Jogo: Moisés
Como escolher a figura de um jogo onde Pinheiro marcou o primeiro e fez a assistência para o segundo; onde Edgar marcou um golo que valeu três pontos; onde Trindade foi um autêntico leão à solta no relvado; e onde Moisés passeou classe e talento entre as duas áreas?
A escolha recai no jovem médio apenas pelo facto de ter voltado ao onze inicial como se não tivesse estado parado por lesão há mais de um mês.

Covilhã volta a ganhar dois meses e meio depois
Justiça ao cair do pano

Sofreu-se até ao fim no Santos Pinto. O Covilhã entrou a vencer, cedeu o empate e reconquistou a vantagem a um segundo do fim.

Alexandre S. Silva
NC/Urbi et Orbi


Esgotava-se o último minuto de compensações dos três concedidos pelo árbitro. Paulo Pereira levava já o apito à boca para dar por terminado o encontro e apontar na direcção dos balneários quando, depois de um lançamento lateral, Pinheiro cruzou a bola do meio-campo para o coração da área. Ainda com o apito na boca, o juíz de Viana do Castelo voltou-se na direcção da área para ver no que dava o lance. Do nada, sem marcação, surgiu Edgar que, só com Sérgio Leite pela frente, cabeceou com precisão para o poste mais afastado. Estava consumado o regresso do Sp. Covilhã às vitórias, literalmente, em cima do apito final. Dois meses e meio depois de ter vencido o Salgueiros, a 1 de Dezembro de 2002, os leões da Serra voltavam a somar três pontos numa jornada. Pelo meio ficou a pior série dos serranos na presente temporada (quatro derrotas e quatro empates).
De resto, o golo providencial do central Edgar, que voltou a ser decisivo depois de já ter conseguido o golo do empate em Faro, devolveu a justiça ao marcador. O Covilhã foi sempre mais equipa, dominou claramente o adversário e só sofreu, e fez sofrer, até ao fim por não saber aproveitar as soberanas oportunidades de que dispôs.
O início do jogo até deixava antever uma tarde de domingo fácil para a turma orientada por João Cavaleiro. Logo aos seis minutos, Trindade foge pelo corredor direito, centra para o coração da área, André Cunha deixa para a entrada de Pinheiro e o lateral esquerdo surge sozinho a empurrar para o seu primeiro golo de leão ao peito. Dois minutos depois é o regressado (e que regresso) Moisés que, de fora da área, proporciona a primeira de muitas defesas a Sérgio Leite. O médio covilhanenses esteve nos melhores momentos da equipa na primeira metade e poderia mesmo ter marcado depois de uma jogada individual brilhante, mas o remate, feito já em desequilíbrio, foi fraco e ao lado. Pouco depois, o mesmo Moisés isola, com um passe soberbo, Nii Amo, mas o extremo não consegue levar a melhor sobre Sérgio Leite, que saiu muito bem dos postes.
A formação serrana dominava e só em contra-ataque os leceiros conseguiam provocar alguns calafrios à defensiva local. Aos 25 minutos Cavaleiro sofre a primeira contrariedade e vê-se obrigado a substituir o lesionado João Carlos por Jorge Humberto, que no primeiro lance em que se envolve quase marca. Mas Joaquim Teixeira teve a noção que a sua equipa tinha que mudar e, antes do intervalo faz duas substituições de uma assentada. Josivan e Kika vieram dar novo fôlego ao meio campo forasteiro e o Leça conseguiu criar algum equilíbrio. Aos 36 minutos, a turma nortenha consegue mesmo igualar a partida na primeira vez que consegue chegar perto da baliza de Celso. Em rápido contra-ataque Carlos Oliveira desmarca Wellington pela esquerda e o ex-boavisteiro, ainda com Pinheiro a incomodar, consegue bater o guardião serrano.
Um golo que os leceiros não mereciam e um balde de água fria nas bancadas do Santos Pinto que, não sendo muito pródigas em apoio à equipa (excepção feita à claque "Ultraserranos"), emudeceram completamente.
A segunda metade acabou por ser uma repetição da primeira. O Covilhã a atacar e o Leça a defender com todos os elementos, experimentando o contra-ataque de quando em vez. Hermes, André Cunha, Moisés e Mauro estiveram perto do golo, mas acabou por ser Trindade a falhar a mais flagrante oportunidade: o capitão serrano dribla três adversários, combina na direita com André Cunha e, mesmo em frente à baliza à entrada da pequena área, atira por cima. Faltavam dois minutos para terminar o encontro e, então, o jogo parecia estar cobndenado ao empate. Valeu, cinco minutos depois a visão de Pinheiro e a calma de Edgar.