Antonieta Garcia salienta a importância destas ligações transfronteiriças
Covilhã como palco do diálogo cultural entre dois países
Portugal e Espanha de mãos dadas

"Penso que serão três dias que vão deixar saudades", é assim que Antonieta Garcia classifica um encontro que valorizará a Literatura, a Cultura e a Linguística portuguesa e espanhola. Mostrar que a Península Ibérica está unida para sempre desde as suas mais antigas raízes é o que vai também acontecer no encontro. Gabriel Magalhães confessa que "no futuro, de alguma maneira, esse diálogo tem que ser incentivado, apoiado e tornar-nos-á mais portugueses, ao mesmo tempo que somos mais peninsulares".


Por Andreia Reis


"Chamar a atenção para a importância do diálogo inter-cultural a realizar" é um dos objectivos que a docente Antonieta Garcia revela do I Encontro - Literatura e Cultura no Espaço Ibérico. O evento terá lugar na Covilhã, nos próximos dias 11, 12 e 13 de Março, no Pólo IV da Universidade da Beira Interior.
A ideia será mostrar as relações e valias numa comunicação entre Portugal e Espanha. Gabriel Magalhães, docente na UBI e um dos organizadores da iniciativa, já leccionou na Universidade de Salamanca e sublinha que "a Covilhã vai ser, de facto, a capital do diálogo cultural entre os dois países". Conferências no âmbito da Literatura, da Língua e da Cultura, são as três áreas nas quais o encontro vai incidir.
"É uma iniciativa que poderá realmente, enriquecer a visão e reflexão sobre a literatura, a linguística e a cultura e penso que serão três dias muito cheios e bem importantes", é o que Antonieta Garcia, presidente do Departamento de Letras da UBI e membro da comissão organizadora anuncia. Gabriel Magalhães diz que "é um encontro sem fantasmas porque é um encontro cultural, não tem nenhuma dimensão política".
A situação geográfica da Covilhã e a existência de um curso de Português/Espanhol que preencheu todas as vagas, ao contrário de Lisboa, Porto e Coimbra, contribuiu para a realização deste evento. Antonieta Garcia, afirma que "a situação geográfica não é alheia ao interesse pelo Espanhol. Tenho impressão que, efectivamente, por estarmos situados numa zona muito próxima da raia, influencia a opção que alguns jovens acabam por assumir da importância do conhecimento do Espanhol". Daí que o colóquio seja igualmente importante para informar futuros alunos universitários que o curso de Português/Espanhol, " pode ter saídas profissionais interessantes, que não se destinem só à via de ensino", revela Antonieta Garcia. Acrescenta que: "uma das ideias do diálogo é exactamente dar a perceber aos alunos que podem preencher outros campos no mercado que tenham a ver com a tradução, embaixadas, intérpretes e empresas".
Poetas como Antonio Colinas, narradores como Inês Pedrosa, professores e académicos dos dois países vão preencher as conferências do encontro. "As intervenções que poderão fazer serão do maior interesse para toda a Península. Será uma situação de excepção e particularmente feliz para a cidade, para a Universidade e para a região", salienta Gabriel Magalhães.
Uma Feira do Livro também a funcionar, uma amostra de cinema contemporâneo espanhol, a actuação da Tuna, um recital de poesia, apresentação de novos livros e publicações de docentes do Departamento de Letras da UBI serão actividades que distribuir-se-ão paralelamente durante os três dias.
Estudantes e orientadores de estágio não pagarão inscrição e espera-se que docentes e professores de outras escolas estejam presentes neste diálogo cultural.

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