A administração da Nova Penteação fez uma visita guiada pelas instalações da empresa

Ministros na Covilhã
Confiantes no futuro

Representantes do Governo visitam Beira Interior e deixam a esperança de que o futuro poderá ser mais risonho para as empresas em crise. A Nova Penteação foi uma das unidades fabris que contou com a presença dos ministros.

Por Catarina Rodrigues


Avaliar no terreno a situação de crise na Beira Interior foi um dos principais motivos da vinda de Carlos Tavares, ministro da Economia e Bagão Félix, ministro do Trabalho e da Segurança Social à região. Os representantes do Governo visitaram a Nova Penteação. Uma oportunidade para conhecerem de perto os problemas que a empresa atravessa. Carlos Tavares salienta que a unidade fabril "está bem equipada" e acredita no seu futuro. O ministro da Economia sublinha que os actuais gestores da empresa estão "conscientes das dificuldades e empenhados em superar os problemas".
A Nova Penteação tem actualmente 160 trabalhadores efectivos na empresa e 30 suspenderam o contrato de trabalho. Trezentas pessoas estão dispensadas para formação profissional ao abrigo do programa FACE. Esta é uma das medidas que integram o Plano de Intervenção para a Beira Interior, apresentado por Bagão Félix, em Outubro último no Fundão.
Contrariamente às acusações feitas pelos sindicatos, Bagão Félix garante que "o FACE está regulamentado". O ministro explica que o referido programa foi alargado a nível nacional no âmbito do Programa de Emprego e Protecção Social, recentemente aprovado pelo Governo está já a ser aplicado no caso da Nova Penteação. A Carveste é outra das empresas que já apresentou uma candidatura este plano de apoio e aguarda agora a sua aprovação.
Artur Rosa Lã, um dos administradores da Nova Penteação acredita que com a redução de trabalhadores que estarão em formação, "alguns problemas financeiros da empresa serão minorados". O administrador considera que neste momento a carteira de encomendas é adequada ao nível de actividade da fábrica. Rosa Lã frisa que a visita dos ministros pode ser um contributo para encontrar "uma solução definitiva para a empresa", mas lembra que ainda há muito por fazer.

Ao lado da crise

Trezentos trabalhadores da Nova estão integrados no Programa FACE

"Através do Programa de Recuperação de Áreas e Sectores Deprimidos (PRASD) vamos contribuir para que esta região tenha um desenvolvimento mais forte e mais equilibrado, explorando todas as suas potencialidades". Palavras do ministro da Economia Carlos Tavares segundo o qual esta região é "um destinatário natural" do PRASD que visa "potenciar as iniciativas locais dos autarcas, universidades e empresas". O programa foi aprovado em Conselho de Ministros em Fevereiro último e trata-se de uma iniciativa conjunta dos Ministérios da Economia e do Trabalho e da Segurança Social.
Os responsáveis do Governo tiveram também oportunidade de visitar empresas da região que têm conseguido vingar no mercado. É o caso de empresas como Fitecom e Joalpe, sediadas no Parque Industrial do Tortosendo e também Paulo de Oliveira na Boidobra. Carlos Tavares recorda que não há falta de apoios financeiros, "o que falta é uma boa aplicação do dinheiro e do investimento produtivo".


Sindicatos à margem



Na manhã de sexta feira os ministros foram recebidos na Câmara da Covilhã para o que Carlos Pinto, presidente da edilidade apelidou de "reunião de trabalho". Na cerimónia realizada no Salão Nobre dos Paços do Concelho, marcaram presença empresários de vários sectores. Sentida foi a ausência dos sindicatos. Carlos Pinto garante que "foram convidados como todas as entidades". O autarca afirma ter recebido por carta a justificação da ausência dos representantes sindicais.
Luís Garra, presidente do Sindicato Têxtil da Beira Baixa e coordenador da União de Sindicatos do distrito de Castelo Branco sublinha que esta foi a "visita dos ministros aos patrões" e lamenta que o programa não tenha incluído um encontro com os trabalhadores e seus representantes. O movimento sindical organizou na tarde de sexta feira uma vigília de protesto contra o novo código de trabalho, na Praça do Município.