| Juntas desde Agosto do ano passado, Xana, Mónica, Joana, Sara e Tânia 
                        são as cinco mulheres que compõem o grupo "Tucanas". Apesar 
                        de todas desenvolverem outras actividades ainda lhes sobra tempo para compor, 
                        encenar e coreografar os trabalhos apresentados. As "Tucanas" apostam na construção de instrumentos e composição 
                        de temas inspirados nas tradições portuguesa, africana e brasileira. 
                        O colectivo afirma-se através de muitas influências, desenvolvidas 
                        a partir de actividades noutras áreas, tão diversas como o Teatro, 
                        a Dança, a Música Tradicional Portuguesa ou mesmo o Rock. "Nunca 
                        finalizámos nada, mas passámos por muitos projectos" confessa 
                        Tânia um pouco envergonhada.
 Esta banda é, no mínimo, original, não só por ser 
                        o primeiro grupo de
 percussão feminino em Portugal, mas também porque alguns instrumentos 
                        são inventados e outros feitos a partir de bidões e restos industriais. 
                        "O
 facto de não termos dinheiro para investir em instrumentos fez com que
 pensássemos em reciclar", explica Joana.
 A escolha da reciclagem destes instrumentos é feita também por uma 
                        questão de sonoridade, porque "bidões de 200 litros de óleo 
                        conseguem emitir sons muito poderosos" afirma Sara.
 O espectáculo é composto por uma forte componente cénica. 
                        Entre a
 sensibilidade feminina e a força musculada de tocar percussão, brincam 
                        e
 jogam com o ritmo e a harmonia dentro de um visual muito próprio: "As
 roupas são adaptadas de forma a permitirem movimento" refere Sara.
 Pouco habituadas a actuar num espaço tão reduzido para tantos instrumentos, 
                        lá se foram adaptando ao longo do espectáculo. O público 
                        de várias faixas 
                        etárias, mas nem por isso menos receptivo, aplaudiu durante toda a noite.
 A actuação de um grupo de percussão feminino surpreendeu 
                        o público: "nunca tinha visto mulheres a tocar percussão, mas 
                        é um projecto muito bom" afirma Diogo Loureiro, um dos espectadores.
 
 |