| Porque ainda não 
                      "há conhecimento suficientemente fundamentado para se decidir por uma 
                      ou outra sugestão", um grupo de trabalho vai ter que elaborar, até 
                      ao Verão, um estudo para definir o que poderá vir a ser a comunidade 
                      urbana da Beira Interior. Este é um dos principais resultados saídos 
                      do encontro realizado na cidade da Guarda, na segunda feira, 7, e que sentou à 
                      mesma mesa 21 autarcas dos dois distritos. Em debate, à semelhança 
                      do que já aconteceu em Belmonte e na Covilhã, os modelos de descentralização 
                      apresentados pelo Governo e que preconizam a criação de novas entidades 
                      organizativas do território, em grandes áreas metropolitanas, comunidades 
                      urbanas e intermunicipais. Maria do Carmo Borges, presidente da Câmara guardense, em representação 
                      da Beira Interior Norte, Joaquim Morão, de Castelo Branco, pela Beira Interior 
                      Sul, Diamantino André, de Proença-a-Nova, pelo Pinhal Interior, Álvaro 
                      Amaro, de Gouveia, pela Serra da Estrela e Amândio Melo, de Belmonte, pela 
                      Cova da Beira, são os membros deste grupo de trabalho. A Associação 
                      de Munícipios da Cova da Beira é representada pelo seu presidente, 
                      Manuel Biscaia.
 Ao fim de quase cinco horas de discussão, a autarca anfitriã do encontro 
                      dá a conhecer um dado que é já considerado adquirido: "É 
                      mais vantajoso haver uma comunidade urbana do que intermunicipal". Por outro 
                      lado, continua a porta-voz dos autarcas presentes no debate, "Castelo Branco 
                      e a Guarda terão que se entender num ou noutro modelo", algo que os 
                      concelhos vão ter que analisar. "Mas é mais aquilo que nos une, 
                      do que aquilo que nos divide", frisa.
 A presidente da Câmara Municipal da cidade mais alta, satisfeita da forma 
                      como decorreu a reunião, defende também que "todas as comunidades 
                      têm que ter uma unidade geográfica, mais do que demográfica". 
                      "Se chegarmos à conclusão de que os dois distritos são 
                      completamente unidos dá para fazer uma grande área metropolitana", 
                      defende Maria do Carmo. Quanto ao facto de terem faltado ao encontro as autarquias 
                      de Proença-a-Nova, Aguiar da Beira, Fornos de Algodres e Vila Nova de Foz 
                      Côa, a edil refere: "Haverá concelhos que, logicamente, até 
                      por todo um historial, quererão fazer parte de outras áreas".
 "Plataforma entre o Poder Local e o Central"
 "Demos mais um passo para conseguirmos agrupar um conjunto de municípios 
                        que levem à constituição de uma comunidade urbana com peso, 
                        dimensão e objectivos, que permita que haja aqui uma verdadeira plataforma 
                        intermédia entre o Poder Local e o Central". É esta a leitura 
                        que o autarca da Covilhã faz da reunião. Carlos Pinto reitera a 
                        sua posição e defende, uma vez mais, que "ou constituímos 
                        uma coisa com força para ganhar peso em termos negociais internos e na 
                        Comunidade Europeia" ou "estaremos perante uma mera estrutura do género 
                        de uma associação de municípios".
 Por seu turno, o presidente da Câmara Municipal do Fundão, manifesta 
                        uma posição de "cooperação, solidariedade e de 
                        busca de soluções comuns". Manuel Frexes, defensor da criação 
                        de duas ou três comunidades intermuniciais, refere que, apesar de se ter 
                        dado "mais um passo importante na clarificação de posições", 
                        frisa que a constituição de uma comunidade urbana ainda não 
                        é um dado definitivo. "Não se chegou a essa conclusão. 
                        Pode haver uma ou duas comunidades. Ainda não está nada definido", 
                        alega o autarca fundanense. Já Amândio Melo, edil de Belmonte, lembra 
                        que "existe ainda uma série de coisas a considerar". Isto porque, 
                        justifica, "há municípios que têm opiniões diferentes". 
                        "A minha intervenção foi no sentido de que temos que nos agrupar. 
                        Isso é fundamental para termos mais força reivindicativa perante 
                        a Administração Central", argumenta Amândio Melo.
 Assim que houver conclusões do estudo, deverá efectuar-se uma outra 
                        reunião entre os autarcas da Beira Interior.
 
 
 
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