| Não basta ter conhecimentos técnicos das áreas em que se 
                        trabalha. Cada vez mais são outro tipo de competências, como ter 
                        uma boa relação com colaboradores, que faz a diferença numa 
                        organização. Foi esta a ideia deixada por Albino Lopes, docente 
                        no Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE) em conferência 
                        proferida na tarde de quinta feira, 10,na UBI.A palestra, subordinada ao tema "Gestão de Recursos Humanos da Saúde", 
                        foi uma iniciativa conjunta da Faculdade de Ciências da Saúde e do 
                        Centro Hospitalar Cova da Beira. Segundo João Queiroz, presidente da Faculdade, 
                        a gestão dos recursos humanos é importante no modelo como se lecciona 
                        Medicina na UBI. Mas considerou ser também fundamental para a formação 
                        de qualquer aluno "no sentido de eles se adaptarem mais facilmente àquilo 
                        que é a realidade do dia-a-dia das organizações", explica.
 Albino Lopes, doutorado nesta área, frisou que as pessoas são um 
                        recurso inestimável, mas sublinhou que na mente colectiva do nosso País, 
                        ainda se privilegiam sobretudo os recursos financeiros e materiais. "As pessoas 
                        conseguem a excelência a partir da normalidade, tudo depende da forma como 
                        elas se gerem", assegura o investigadorPara Albino Lopes, a produtividade 
                        e o desenvolvimento das organizações consegue-se com cinco práticas 
                        estratégicas. Confiança, desenvolvimento das competências, 
                        coesão social e de grupo, circulação do saber e comunicação 
                        no sentido transversal. O orador falou ainda da existência de cinco práticas 
                        tácticas: seleccionar e avaliar bem, remunerar de acordo com a lei, saber 
                        adaptar-se ao posto de trabalho e utilizar a comunicação vertical. 
                        Práticas que disse serem necessárias mas insuficientes, pois "só 
                        com as práticas estratégicas a performance se ganha".
 Albino Lopes acrescentou que para que as coisas funcionem é necessário
 que "os dirigentes sejam efectivamente animadores, que sejam líderes". 
                        E
 sublinha que o líder do futuro é o que consegue pôr as pessoas 
                        a pensar no que podem dar à organização e não deixá-las 
                        a pensar que a organização lhes deve tudo. O docente do ISCTE assegurou 
                        que os grandes líderes das empresas portuguesas que fazem a diferença 
                        já trabalham desta forma. E afirmou que a baixa produtividade portuguesa 
                        é reflexo de uma gestão ineficaz dos recursos humanos.
 Albino Lopes não incidiu a sua conferência na área da Saúde 
                        apesar de estar a falar para um público maioritariamente desse sector. 
                        Uma situação justificada porque o ensino deste tipo de matérias 
                        se dirige indistintamente a todas as organizações", esclarece. 
                        O docente acrescenta que num hospital se cruzam todas as áreas de actividade 
                        de um país, daí ter usado exemplos de outros âmbitos. Albino 
                        Lopes salienta ainda que o director de uma unidade clínica é alguém 
                        que tem que saber lidar com outras actividades que vão valorizar a unidade 
                        de saúde. Caso contrário, mesmo que tenha
 eficácia tem pouca eficiência, ou seja, aquilo que fazem é 
                        à custa de um
 excesso de recursos, conclui.
 
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