João Correia

Jornadas de Teorias da Comunicação: um encontro de pensamentos


Quando o Professor António Fidalgo me entusiasmou a propor a realização das Jornadas de Teorias da Comunicação, a ideia colheu o rápido e decisivo apoio do Departamento de Comunicação e Artes da UBI e do Instituto de Filosofia Prática, nas pessoas dos seus investigadores e do Professor Doutor José Manuel Santos. O Departamento de Comunicação e Artes já realizara excelentes Jornadas em domínios ora mais práticos - "Webjornalismo", "Promoção Electrónica", "Novos Media e cidadania" - ora mais especulativos e geralmente hegemonizados pela Filosofia como sejam as Jornadas sobre "O Pensamento de Carl Schmitt" ou sobre "Cepticismo e Montaigne", ora ainda de natureza mais interdisciplinar como "A Estética e a Morte", todas de elevado nível. Com as Jornadas sobre Teorias da Comunicação, que decorrem a partir de Segunda-Feira, dia 28, na UBI e prosseguem na Terça-Feira, dia 29 é o fenómeno específico da Comunicação que é objecto de um encontro de pensamentos diversos que vão desde as Ciências da Comunicação à Filosofia e à Teoria Social. Dá-se assim corpo a uma intuição forte: a de que é possível pensar os media com recurso a saberes geralmente classificados como especulativos assim como é possível reflectir criticamente a partir dos vários modos de prática comunicacional: sejam esses modos a linguagem quotidiana, a linguagem publicitária ou a linguagem do jornalismo. Durante os próximos 28 e 29 de Abril alguns dos melhores investigadores de várias universidades e comunidades científicas de Portugal e Espanha demonstrarão as potencialidades de uma vasta área de saber pluridisciplinar. Justifica-se assim a afirmação de Eduardo Prado Coelho uma vez lida no jornal "O Público", segundo a qual muito do pensamento mais inquieto e atento se faz hoje em Departamentos de Comunicação, com a colaboração de investigadores de vastas áreas do saber.
Nesse sentido, far-se-á jus ao texto programático destas Jornadas:" a pluralidade implícita no título destas jornadas reivindica, mais do que a monumentalidade ou o eclectismo, a humildade no estabelecimento de diversos caminhos possíveis para a análise da comunicação."